Cultivo com mulching de bioplástico compostável: menor custo e maior produtividade

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Artigo Por Mario Cerqueira

Na agricultura, a técnica de cobertura do solo ao redor das mudas com um filme plástico, conhecida como mulching, é um recurso importante de proteção do cultivo para garantir maior produtividade e qualidade da colheita – e dispõe agora de um aliado que reforça e valoriza os ganhos de economia circular: o uso do bioplástico compostável ecovio.

A grande vantagem do uso do material compostável em relação aos plásticos convencionais é que os filmes de ecovio não precisam ser removidos e, pelo contrário, transformam-se em adubo em seu fim de vida útil, servindo como fertilizante para a terra. Ele se degrada naturalmente pelos microrganismos presentes no solo, que reconhecem sua estrutura como alimento que pode ser metabolizado. O material pode, inclusive, ser arado no solo depois da colheita mecânica, diminuindo o enorme trabalho de retirada de material, reduzindo os custos com mão de obra, eliminando os resíduos indesejados no meio ambiente, beneficiando o plantio e aumentando sua produtividade.

Para que o plástico possa ser considerado compostável, deve atender a três critérios segundo normas certificadoras: o de biodegradação, se decompondo em água, dióxido de carbono e biomassa; o de desintegração, ficando o material indistinguível do solo; além do material produzido não poder apresentar nenhuma toxicidade. O ecovio, polímero também obtido a partir de matérias-primas renováveis à base de milho, segue todos esses critérios e possui certificações internacionais de compostabilidade.

mulching é um recurso usado para conservar a temperatura, melhorar aproveitamento de nutrientes e proteger diversas culturas como tomate, morango, uva, pepino, melão, melancia, berinjela, pimentão e alface, entre outras. Os filmes de mulch feitos de ecovio podem contribuir para um aumento de cerca de 20% na produção de tomate, além de garantir menor consumo de água e um melhor controle de ervas daninhas com menos uso de herbicidas, se comparado com o uso do plástico tradicional. Também foi observada maior resistência da cultura a doenças fúngicas, melhor desenvolvimento da raiz, melhor crescimento da planta, redução no tempo de colheita e qualidade homogênea dos frutos.

Além de contribuir para a produção eficiente de alimentos e para uma agricultura sustentável, a aplicação dos bioplásticos compostáveis está se expandindo para inúmeras possibilidades, como para a produção de utensílios descartáveis, sacolas plásticas, cápsulas de café, embalagens de alimentos e outros produtos que também podem ser direcionados para a compostagem.

Os bioplásticos podem ser ainda aliados no gerenciamento de resíduos sólidos orgânicos urbanos, usados na coleta e destinação às centrais de compostagem, eliminando a fase de separação das embalagens. O compromisso por um futuro sustentável passa por apresentar soluções efetivas que ofereçam redução de resíduos, possibilidade de reciclagem, compostagem, enfim, favoreçam a economia circular.

Mario Cerqueira, engenheiro químico, coordenador regional de Especialidades Plásticas da BASF para a América do Sul