Cosméticos orgânicos: saiba vantagens e desvantagens de produtos livres de substâncias sintéticas

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Produtos orgânicos são bem indicados para peles sensíveis ou que apresentam alergias a determinados componentes de cosméticos convencionais

Produtos livres de substâncias sintéticas, os cosméticos orgânicos têm feito sucesso e a cada momento surgem novas marcas que apresentam novidades da limpeza da pele à maquiagem. “Os cosméticos considerados orgânicos não podem ter na sua formulação silicone, parabenos ou propilenoglicol, fragrâncias, pigmentos ou preservativos artificiais, derivados da indústria petroquímica ou de animais, não podem ser transgênicos ou irradiados, conter lauril sulfato de sódio, quartenários de amônio, polietilenoglicois e devem conter como fragrância apenas o uso de óleos essenciais, utilizando assim a aromaterapia como forma de tratamento natural para a pele”, afirma a Dra. Claudia Marçal, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Existem no mercado inúmeros trabalhos sobre o uso de produtos cosméticos orgânicos e naturais, assim como a enumeração de suas propriedades e benefícios. O Brasil é um grande consumidor deste tipo de produtos, além de ser exportador de matérias-primas provenientes da flora da floresta amazônica. “Há um crescimento notório deste tipo de produto no mundo, assim como as grandes marcas de cosméticos que cada vez mais se preocupam na elaboração de fórmulas que estejam condizentes com a busca de produtos menos agressivos, que não interfiram na composição natural da pele, conferindo hidratação, elasticidade, tônus e proteção, porém levando em consideração o tipo de extração, plantio e comercialização de forma sustentável sem causar danos ao ecossistema”, afirma a médica.

Os cosméticos orgânicos se diferenciam tecnicamente dos cosméticos naturais, segundo a dermatologista. “O cosmético natural é aquele desenvolvido 100% à base de ingredientes naturais e vegetais e no mínimo 5% de seus ingredientes têm de possuir a certificação orgânica. Já o cosmético orgânico é aquele que, além de ser desenvolvido 100% à base de ingredientes naturais e vegetais, vem com uma porcentagem mínima de 75% de ativos orgânicos certificados”, esclarece. Alguns ativos como o Sculptessence (da Biotec Dermocosméticos), derivado da semente do linho e que promove uma remodelagem facial, tem certificado ECOCERT, que indica um cuidado em relação à sustentabilidade por toda a cadeia produtiva. O ativo é encontrado em farmácias de manipulação e em produtos industrializados.

Vantagens
A dermatologista explica que as vantagens dos cosméticos orgânicos contemplam desde a consciência ambiental até os benefícios para a pele. “Esses produtos tratam a epiderme e devolvem a ela suas condições naturais e, principalmente, vitalidade. Isso acontece por conta da ação de ingredientes naturais diretamente no tecido cutâneo sem a interferência de outros componentes sintéticos que podem, algumas vezes, apresentar potencial irritativo”, afirma. “Os benefícios são inquestionáveis, com muitas pesquisas já realizadas, principalmente para utilização nas peles hipersensíveis e para evitar o contato muitas vezes com produtos que apresentam pigmentos, conservantes e ativos extraídos de forma quimicamente causadora de danos à pele, assim como risco potencial de carcinogenese em pacientes que apresentam predisposição, confirmada inclusive no mapeamento genético do DNA. Uma forma saudável, segura e politicamente correta nos cuidados com a pele e seus anexos em qualquer idade”, afirma.

Desvantagens
Em relação às desvantagens, a médica cita que nem sempre os cosméticos orgânicos conseguem trazer todos os benefícios que cosméticos, como os produtos anti-idade, por exemplo, proporcionam.

Indicação dos produtos orgânicos e uso
Os produtos orgânicos são indicados para quem tem pele sensível, pessoas alérgicas e quem sofre com contato a determinados ingredientes de produtos convencionais, os quais podem provocar reações indesejadas. A médica destaca que os produtos orgânicos podem ser usados por todas as pessoas que buscam consumir produtos de forma sustentável. “Não há restrições, mas a indicação e prescrição de produtos devem ser feitas sempre pelo dermatologista, para que ele avalie o tipo de pele e as necessidades de cada paciente, a fim de buscar o melhor tratamento que aquela pele precisa”, finaliza.

Fonte: Dra. Claudia Marçal – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.