Compensa comprar um carro no final do seu ciclo de vida?

Paella Mediterrânea é tema de aula show na Mercadoteca
25 de junho de 2019
Iguatemi São Paulo realiza primeira edição da Chocoland
25 de junho de 2019

A KBB Brasil analisou os pontos positivos e negativos de se investir em um veículo na fase de troca de geração para ajudar os consumidores a fazer uma compra mais consciente

Quando o assunto é design automotivo e funcionalidades, as marcas estão sempre inovando. A cada nova geração, os modelos surgem com uma “nova cara”, trazendo novidades para o mercado, seja em tecnologia ou funcionalidades, mantendo as vendas aquecidas. Nessas transições, muitas ofertas, condições diferenciadas de pagamento, versões especiais ou limitadas são anunciadas como uma estratégia de liberar os estoques e abrir espaço para as novas versões. Com esse cenário, a KBB Brasil, site referência em precificação de carros novos e usados, ajuda a definir o que compensa mais para o consumidor: aproveitar essas oportunidades ou aguardar as atualizações da versão desejada.

Vale ressaltar que, para o mercado, uma mudança de geração de um carro significa, na maioria das vezes, o encerramento de um ciclo de vida do modelo, que dura, em média, entre 5 e 8 anos desde o seu lançamento. Durante este período, o modelo pode passar pelo o que chamamos de facelifts ou atualizações de meia-vida, que são alterações pontuais, geralmente nas partes plásticas da carroceria ou a adição de equipamentos de pouco valor agregado, com o intuito de manter o modelo aquecido no mercado.

Por exemplo, o Hyundai HB20, que foi lançado em 2013, recebeu, após três anos de vida, seu primeiro facelift. As novidades se restringiram a um sutil retoque visual no para-choque, grade frontal e troca das rodas, nada que exigisse grandes adaptações na cadeia produtiva do modelo ou um volume muito alto de investimento.

Quando o ciclo de uma geração se encerra, por outro lado, há um marco mais representativo para o mercado. Isto porque, de maneira geral, toda a arquitetura do carro é alterada, possivelmente utilizando materiais mais nobres (e caros) na construção do carro, com um redesenho muito mais abrangente. O volume de investimento, portanto, é muito maior, bem como as mudanças no processo produtivo.

Foi este o caso, por exemplo, do Honda Civic de 10ª geração, que chegou ao mercado com um visual radicalmente renovado, plataforma, motor e câmbio inéditos (1.5 turbo e câmbio CVT), evoluindo no tamanho, dinâmica, tecnologia e design.

Entretanto, o mercado também pode interpretar como mudança de geração alterações que não seguem, exatamente, esta receita. São casos em que há um significativo incremento do valor agregado do veículo, como quando há alguma troca de motor (por um mais moderno, potente e eficiente) e/ou a adição de equipamentos de segurança extremamente relevantes.

Como a mudança de geração impacta nos preços?

A principal pergunta que os consumidores têm interesse em saber é o quanto as novas gerações podem impactar no valor de compra e venda de modelos das gerações anteriores. Para isso, analisamos o real impacto do lançamento de novas gerações no preço dos veículos.

Vamos utilizar como exemplo o Toyota Corolla, em sua versão XEi (historicamente, a mais popular do sedã) para explicar como cada mudança de geração do sedã afetou os preços dos modelos que passaram a estar desatualizados no mercado. O veículo, que começou a ser fabricado no Brasil em 1999, passou por quatro gerações nacionais, sendo a primeira delas no ano de seu lançamento, seguida por atualização em 2003, 2008 e 2015.

Contudo, o Corolla é um dos modelos que passaram por mudanças de geração “mercadológicas”, isto é, que não envolveram a troca de plataforma. Isto ocorreu em 2011, quando a versão XEi passou a contar com motor 2.0 em vez do 1.8, e em 2018, quando todas as versões dele passaram a ter controle de estabilidade e sete airbags de série. Em ambos os casos o impacto dos preços foi similar ao das mudanças de geração.

No gráfico abaixo, é possível notar que, nos anos pelos quais o Corolla na versão XEi passou por mudanças significativas, houve, em geral, uma diferença no gap de desvalorização, acima da taxa de desvalorização média anual dos modelos de uma mesma geração.

Os gaps destacados em azul representam as gerações que envolveram a mudança de plataforma do Corolla (2003, 2008 e 2015). Já os destaques em verde apontam as atualizações significativas de motor (2011) e equipamentos (2018) que resultaram num efeito similar ao de uma mudança de geração no histórico de preços do sedã.

A tabela abaixo pode nos ajudar a esclarecer os efeitos da diferença da taxa de desvalorização intrageracional e entre gerações:

Geração Taxa de desvalorização média anual intrageracional Gerações Gap de desvalorização entre gerações
G1 (1999 – 2002) -9,60% G1 / G2 11%
G2 (2003 – 2007) -7,51% G2 / G3 23%
G3 (2008 – 2010) -4,76% G3 / G4 8%
G4 (2011 – 2014) -8,57% G4 / G5 17%
G5 (2015 – 2017) -7,88% G5 / G6 13%
G6 (atual) -6,82%

Como podemos observar, com exceção do gap entre as gerações G3 e G4, as diferenças de preços entre os anos/modelos que sofreram atualização de geração são significativamente maiores do que a taxa de desvalorização média anual intrageracional.

Afinal, as gerações antigas desvalorizam mais do que as novas?

O que podemos inferir a partir deste estudo de caso do Corolla é que o impacto da renovação de um modelo causa um efeito imediato nos preços da geração que está deixando o mercado de carros 0 km, porém não existem consequências sobre a sua taxa de desvalorização média anual.

Isso significa que, independentemente do surgimento de uma geração mais nova no mercado, a desvalorização das anteriores não muda, seguindo o mesmo padrão antes da nova ser lançada. O que influencia a taxa de desvalorização de uma geração é o seu próprio desempenho no mercado (volume de vendas, aceitação dos consumidores, credibilidade, liquidez, etc.). Por isso, nem sempre a geração atual é a que menos desvaloriza, como a tabela do Corolla XEi mostra.

A partir dos levantamentos apresentados, é possível notar que, quando uma nova geração é lançada por uma fabricante, a anterior é impactada com uma queda em seus preços absolutos. Logo, este momento de transição pode, sim, ser uma boa oportunidade para os consumidores adquirirem o veículo com boa dose de barganha, caso não se importem em não em comprar um veículo prestes a estar desatualizado.

Para saber mais sobre precificações e impactos de uso no preço de revenda de um carro, acesse www.kbb.com.br e faça uma simulação do automóvel que você deseja adquirir.

Sobre a Kelley Blue Book
Criada em 1926 nos Estados Unidos, a Kelley Blue Book é referência em preços de carros novos e usados tanto para quem compra quando para quem vende. Ela usa como base de cálculo para o Preço KBB valores de mercado praticados regionalmente. Também é a única a produzir uma tabela que leva em conta fatores como quilometragem, cor, nível de equipamentos e estado de conservação do veículo. E que permite que ninguém perca dinheiro na negociação: seja de um novo ou de um usado. Também oferece conteúdo editorial abrangente em texto e vídeo, com dicas e avaliações de especialistas, ferramentas para comparação de carros e opinião do dono.

Referência em precificação no mercado automotivo norte-americano, a KBB também tem operação em Portugal. Oficialmente no Brasil desde outubro de 2017, a Kelley Blue Book é baseada em Irvine, Califórnia, e faz parte da Cox Automotive.

Sobre Cox Automotive
A Cox Automotive, Inc. está transformando a forma como o mundo compra e vende veículos por meio de soluções para consumidores, fabricantes e revendedores em todas as fases da experiência automotiva. A empresa global tem cerca de 34.000 membros na equipe, em mais de 200 escritórios em todo o mundo, que atendem mais de 40 mil clientes.

A Cox Automotive é uma subsidiária da Cox Enterprises Inc., uma companhia com sede em Atlanta cujas receitas ultrapassam US$ 20 bilhões. Para mais informações sobre a Cox Automotive, visite www.coxautoinc.com.