Como contar às crianças o falecimento de alguém próximo?

Psicóloga dá dicas para ajudar os pais a lidarem com a situação

O falecimento de alguém próximo é algo difícil de lidar seja em qualquer idade. Quando se trata de dar a notícia a uma criança o luto se torna um assunto ainda mais delicado. Muitos pais têm dúvidas de qual o momento certo para contar e qual a melhor maneira de se fazer isso. Para ajudá-los, a psicóloga do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Aline Melo, explica qual a forma mais adequada de dar essa notícia às crianças.

De acordo com Aline, começamos a ter um conhecimento maior do ciclo da vida com aproximadamente 4 ou 5 anos, porém não existe uma idade específica para falar sobre morte com uma criança. “Elas conseguem sentir que as pessoas ao seu redor estão mais tristes e que algo está ocorrendo. Por isso, o ideal é ser transparente e responder aos questionamentos sem utilizar metáforas, evitando dizer que a pessoa foi viajar ou virou estrela. Isso confunde a criança e traz a expectativa de que a pessoa vai retornar”, comenta.

A psicóloga aconselha que não se crie um tabu sobre a morte, esclarecendo as principais angústias conforme a maturidade emocional de cada um. “Uma sugestão para trabalhar com a criança o desenvolvimento da vida, seu começo, meio e fim, é utilizar de exemplos próximos, como cultivar uma plantinha e acompanhar a evolução, demonstrando todas as fases até a morte”.

Os pais costumam evitar esse assunto com os filhos no intuito de preservá-los. Contudo, é importante para o amadurecimento deles trabalhar as frustrações e o curso natural da vida, aprendendo a lidar com os sentimentos e externar as aflições. Segundo a psicóloga, o mesmo pode ser aplicado à perda de animais de estimação e outras situações cotidianas. “Estamos constantemente vivenciando lutos e esses não são somente associados à morte. Por exemplo, uma professora à qual a criança é muito apegada ser demitida ou precisar sair da escola vai trazer um sentimento de perda similar ao do luto. Por isso é tão importante trabalhar o assunto com as crianças”, conclui Aline Melo.

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