Como a pandemia afetou o acompanhamento de pacientes com osteoporose

Especialista explica o que é e porque é importante preveni-la

Muito comum no Brasil, a osteoporose atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo a Federação Internacional de Osteoporose (IOF). Essa doença é caracterizada pelo enfraquecimento dos ossos, por conta da diminuição da massa óssea. “É preciso estar atento, pois a osteoporose é considerada uma doença silenciosa, sem sintomas específicos”, explica o médico ortopedista Henrique Mansur.

Segundo um estudo realizado pela IOF em 2020, a pandemia do novo coronavírus prejudicou o diagnóstico e o tratamento da osteoporose. O estudo analisou sistemas de saúde públicos e privados de 53 países no mundo inteiro. Foi percebida uma sobrecarga dos mesmos, ocasionando no atraso da realização de exames, como a densitometria, e até paralisação na distribuição de medicamentos para a doença.

De acordo com o especialista, a enfermidade é mais comum em mulheres, principalmente aquelas que entram na menopausa, devido à alteração hormonal que acontece nessa fase. “Além desse fator, pessoas que não praticam atividades físicas com frequência, fazem uso crônico de medicações como corticóides, ou são tabagistas, também precisam estar atentas com a possibilidade de ter osteoporose”, complementa o ortopedista.

Mas, o médico alerta que nem sempre a doença mostra sinais, sendo muitas vezes descoberta após uma fratura decorrente de um trauma leve. Outros sinais de osteoporose são a diminuição de dois a três centímetros na altura da pessoa, ou ombros caídos e corcunda. “Fazemos o diagnóstico através de exames de sangue e da densitometria óssea”, comenta Dr. Mansur.

A maioria das pessoas que têm osteoporose podem estar suscetíveis a outras doenças, como diabetes, hipertensão arterial, doença pulmonar crônica, insuficiência renal ou cardíaca. Esses pacientes também se encontram no grupo de risco do novo coronavírus, tendo mais chances de desenvolver um quadro agressivo do vírus. Ademais, muitas pessoas que possuem osteoporose também são deficientes de vitamina D, nutriente de suma importância para o sistema imunológico.

Tratamento

A osteoporose é tratada por meio de medicamentos, contudo, os hábitos saudáveis de vida são fundamentais para o ganho de massa óssea. “O médico responsável pode receitar a suplementação de cálcio e vitamina D, caso a quantidade ingerida pelo paciente não seja suficiente ou haja uma deficiência observada nos exames de sangue”, aponta.

O ortopedista ainda ressalta que é de suma importância prevenir a osteoporose com a prática regular de atividades físicas, fortalecendo os músculos, com uma dieta equilibrada, evitando o tabagismo e com um consumo equilibrado de bebidas alcoólicas. “Importante salientar que a osteoporose é a principal causa das fraturas do quadril nos idosos, além de ter causar mais óbitos do que o câncer de mama ou o infarto agudo do miocardio”, acrescenta.

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