Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte apresenta Pixinguinha como nunca

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Espetáculo musical traz à luz seleção de 26 obras inéditas do compositor de Carinhoso 

Centro Cultural Banco do Brasil apresenta uma seleção de 26 obras inéditas de ninguém menos que o genial Pixinguinha, um dos músicos mais completos que o Brasil já produziu. O espetáculo “Pixinguinha como Nunca” ocupa o teatro do CCBB Belo Horizonte nos dias 29 e 30 de abril e 1º de maio, com direção do ator e cantor Marcelo Vianna, neto de Pixinguinha, direção musical e arranjos do músico, produtor e pesquisador Henrique Cazes e direção executiva de Lilian Barretto. O projeto tem patrocínio da BB Seguros.

Henrique Cazes, com seu cavaquinho, estará à frente do Sexteto do Nunca, conjunto instrumental completado por Marcelo Caldi (sanfona), Carlos Malta (flauta e sax), Silvério Pontes (trompete e flugelhorn), Marcos Suzano (percussão) e João Camarero (violão de 7 cordas). Em participação especial, Marcelo Vianna. Antes do segundo espetáculo, no dia 30 de abril, haverá um bate-papo com os músicos sobre o modo composicional de Pixinguinha e como os arranjos foram pensados para instrumentos específicos.

“Ao promover esse projeto, que traz luz a composições até então pouco conhecidas de Alfredo da Rocha Vianna Junior, o Pixinguinha, o CCBB reforça seu compromisso com a valorização da cultura nacional. Ao mestre e autor de muitas obras-primas do cancioneiro brasileiro, nosso reconhecimento”, afirma Gislane Tanaka, gerente geral do CCBBBelo Horizonte.

“Os arranjos dão ênfase à perene modernidade do gênio do choro”, explica Cazes, que procurou contemplar a grande riqueza rítmica da obra de Pixinguinha na escolha do repertório. A seleção das obras inéditas que estão no programa do espetáculo segue a panorâmica de gêneros que Pixinguinha abordou: choro, samba, polca, tango, o choro mais dolente, todo um arco com composições dos anos 1910 até 1970. “Há uma valsa inspiradíssima no repertório, Paraibana, escrita por Pixinguinha pouco antes de morrer, em 1973, e as peças inéditas escritas em 1920 para a revista teatral Flor tapuya (com letras de Danton Vampré e Alberto Deodato), que mostram um insuspeito Pixinguinha com sotaque nordestino”, detalha Cazes.

Pode parecer estranho que a obra de um nome tão impressionante da música brasileira, que alcançou tamanho respeito – Carinhoso, afinal, é tido como um hino não oficial da MPB – tenha ainda trechos de sombra. Henrique Cazes, que mergulhou na música de Pixinguinha há mais de 30 anos – fundou a Orquestra Pixinguinha, que saiu em disco em 1988, registrando as fantásticas orquestrações de Pixinga –, vê algumas pistas. “Pixinguinha é uma figura mitificada, às vezes adorada, mas sua produção musical em si é pouco estudada”, diz.

Para Cazes, “há circunstâncias históricas a considerar. Uma delas, a invasão das big bands americanas no rádio dos anos 1930, e a reação a isso foi transportar tudo o que havia antes para a gaveta do ‘passadismo’: o choro fica velho de um dia para o outro e, de certo modo, submerge para o grande público por longas décadas”. Outra questão nessa ausência estaria na “dificuldade de base, de enxergar um homem negro como criador estruturante, e não como artista espontâneo. Portanto, o estudo de sua produção por muito tempo não se aprofundou na direção da sua finíssima técnica”.

Na escolha dos músicos que compõem o sexteto, Cazes e Vianna miraram um pouco fora do círculo habitual do choro – “quis montar um som menos convencional, com presenças de Malta e Suzano, por exemplo”.

A descoberta das inéditas é o resultado de uma cuidadosa pesquisa no acervo do compositor, encampada no ano 2000 pelo Instituto Moreira Salles, que se somou em 2017 à varredura no material em posse de outros compositores e instrumentistas. O resultado trouxe à luz mais de 50 músicas jamais gravadas – algumas, apenas tocadas em transmissões radiofônicas.

“Na verdade, falar em 50 inéditas nos parece, diria, uma subnotificação”, avisa Cazes. “Pixinguinha entregava partituras sem cópia para músicos amigos, por exemplo, assim como orquestrações ficaram dispersas; o baú ainda reserva surpresas”.

Marcelo Vianna ressalta que essa é “uma nova chance de conhecer um dos maiores da música”. “Lido com esse acervo desde que me profissionalizei na música e no teatro, e tenho a percepção do herdeiro, mas também do brasileiro, com um orgulho infinito”.

Marcelo Vianna e Henrique Cazes fizeram uma robusta série de aulas-espetáculos entre 2015 e 2017 em torno da obra de Pixinguinha – “Pixinguinha: as 5 estações”.

Encantamento é palavra repetida pelos dois parceiros no projeto. “Em meio a tantas perdas, a música de Pixinguinha traz luz e energia”, garante Cazes, que tocou cada uma das partituras descobertas “com um prazer indescritível”. Marcelo, que lembra a proximidade do cinquentenário de morte de seu avô, em 2023, não tem dúvidas: Pixinguinha “é aqui e agora, contemporâneo, eterno”.

A seleção das obras inéditas que estão no programa do espetáculo segue a panorâmica de gêneros que Pixinguinha abordou.

PROGRAMA

  • Abertura (versos de Moacyr Luz sobre fragmentos de Pixinguinha)
  • Lembro-me do passado (Pixinguinha) polca choro
  • Choro nº 7 (Pixinguinha)
  • Choro em Fá maior (Pixinguinha)
  • Para não te esquecer (Pixinguinha) choro canção
  • Feitiço (Pixinguinha) samba
  • Modo de Olhar (Pixinguinha)
  • Jagunça (Pixinguinha) polca vagarosa

1º dia de show 

  • Modinha (Pixinguinha)
  • Choro de “Um dia qualquer” (Pixinguinha)

2º dia de show 

  • Poética (Pixinguinha)
  • Pato de Cabidela (Pixinguinha)

3º dia de show 

  • As harmonias do mocinho (Pixinguinha)
  • Polca em Dó Maior (Pixinguinha)
  • Paraibana (Pixinguinha) valsa
  • Pela última vez (Pixinguinha)
  • Foge de mansinho (Pixinguinha) choro dolente
  • No cacique do Armando (Pixinguinha)
  • One Step (Pixinguinha)
  • Do tango ao amor (Pixinguinha)
  • Meu Coração (Pixinguinha / Danton Vampré / Alberto Deodato)
  • Amor de sertaneja (Pixinguinha / Danton Vampré / Alberto Deodato)
  • Caboclo lindo (Pixinguinha / Danton Vampré / Alberto Deodato)
  • Saudades do Cafundá (Pixinguinha)
  • Luiz tocando (Pixinguinha) maxixe
  • Carinhoso (Pixinguinha-João de Barro) 1ª vez com letra inédita de Pedro Caetano, 2ª vez com letra de João de Barro

CIRCUITO LIBERDADE 

CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

SERVIÇO

Ministério do Turismo apresenta

BB Seguros apresenta e patrocina

Pixinguinha como nunca

CCBB BELO HORIZONTE – Teatro I

Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários

Contato: (31) 3431-9400 / ccbbbh@bb.com.br / www.bb.com.br/cultura

Dias: 29 e 30 de abril e 1º de maio

Horário: 20h30

Bate-papo com os músicos: 30/4, às 17h – entrada gratuita

Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia)

Cliente Ourocard tem desconto de 50% no valor da inteira

Bilheteria: de quarta a segunda das 10h às 22h
Vendas online: www.bb.com.br/cultura | www.eventim.com.br

Duração: 60min

Capacidade: 262 lugares

Classificação indicativa: livre

crédito foto: Marília Figueiredo