Casa Vogue revela a ecovila Inkiri Piracanga

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Localizada na Península do Maraú a premiada comunidade, que conta com projetos de educação e sustentabilidade reconhecidos no Brasil e no mundo, se reinventa em meio à pandemia

Diante de uma pandemia, pode estar difícil lembrar, mas ninguém é uma ilha. Dependemos uns dos outros, ainda que, por vezes, nosso modo de vida sobreponha o privado ao público, o eu ao nós. Com a intenção de romper este ciclo, pequenos grupos se organizam em torno de ideais comuns, normalmente em meio à natureza: são as chamadas ecovilas. De acordo com a rede Global Ecovillage Network, há mais de 400 espalhadas pelo globo, 36 no Brasil. Entre elas, na península de Maraú, litoral da Bahia, figura Inkiri Piracanga, reconhecida por muitos de seus projetos, que vão de educação infantil à preservação ambiental. É o que conta a reportagem especial da edição de outubro de Casa Vogue.

O nome Inkiri vem de uma tribo próxima, cujo significado é “o amor em mim saúda o amor em você”, e Piracanga remete à localidade, banhada pelo rio de mesmo nome. A cidade mais perto, Itacaré, fica a uma hora de carro. “Quem busca a transformação do mundo costuma começar por si mesmo. Aqui, antes da pandemia, recebíamos muitos interessados em nossos cursos”, conta Bruno Tambellini, diretor de relações institucionais do Instituto Inkiri, organização sem fins lucrativos que mantém as atividades da vila em funcionamento.

Pelos programas, focados em autoconhecimento, espiritualidade e sustentabilidade, já passaram mais de 20 mil pessoas desde 2011. Com a visitação por ora suspensa, as aulas acontecem on-line. Segundo a Organização das Nações Unidas, este tipo de comunidade é o que mais contribui, em todo o planeta, para que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável formulados pela entidade se cumpram até 2030. “Ecovilas normalmente usam materiais de origem local, criam edifícios verdes, contam com infraestrutura sustentável e focam na restauração e proteção da natureza”, resume um artigo da ONU Meio Ambiente.

Se é massivo o volume de alunos e turistas, o mesmo não se aplica ao de residentes. A população da região de Piracanga flutua entre 100 e 200 habitantes, conforme a época, enquanto apenas 41 adultos e 10 crianças vivem ali atualmente, seguindo todos os pilares propostos pelo grupo e dedicando-se ativamente às iniciativas que sustentam a pequena sociedade.

O sistema de saneamento, laureado no Prêmio Latinoamérica Verde, é totalmente natural e ecológico, com banheiros secos. Todos participam da separação de resíduos (orgânicos vão para compostagem, pequenos plásticos e embalagens viram ecotijolos, vidros compõem as fundações das residências e metais são enviados a um centro de reciclagem, em Itacaré) e há ainda a conservação de 69 hectares intocados, sem qualquer interferência humana.

A comunidade agora foca em atrair mais residentes fixos, já que forasteiros são presenças pouco prováveis no futuro próximo dado o cenário pandêmico. Mesmo sem a certeza absoluta sobre o que os aguarda, os integrantes seguem adiante, amparados por um inabalável espírito coletivo.

Confira a matéria na íntegra na edição de outubro da revista Casa Vogue

Serviço 
Revista Casa Vogue | Edição de outubro
Nas bancas em outubro

Crédito foto: Casa Vogue