Casa de Cultura do Parque apresenta a primeira exposição do coletivo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) no Brasil

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A exposição ‘MAHKU – Cantos de imagens’, coletiva de integrantes do Movimento dos Artistas Huni Kuin é realizada por meio de uma parceria entre a Casa de Cultura do Parque e a Carmo Johnson Projects, com curadoria de Ibã Huni Kuin e Daniel Dinato20

Casa de Cultura do Parque, em parceria com a Carmo Johnson Projects, apresenta a primeira exposição do Movimento dos Artistas Huni Kuin (MAHKU) em território nacional. Parte do II Ciclo Expositivo 2022 da Casa, a exposição MAHKU – Cantos de imagens tem curadoria de Ibã Huni Kuin e Daniel Dinato, apresentando uma seleção de onze pinturas e uma grande instalação da artista Kássia Borges – MAHKU, que será montada junto ao público durante a abertura da mostra.

MAHKU é um coletivo de artistas e pesquisadores Huni Kuin, povo indígena de cerca de 14 mil pessoas que vive no estado do Acre e no Peru. O grupo é composto atualmente por Ibã Huni KuinKássia BorgesPedro ManáCleiber Bane e Acelino Tuin. Fundado em 2012, no município de Jordão, no estado do Acre, o coletivo é um desdobramento das pesquisas de seu fundador, Ibã Huni Kuin, sobre os cantos huni meka (os cantos que conduzem os rituais com ayahuasca entre os Huni Kuin). Sua investigação de retomada dos cantos resultou no livro “Nixi pae, o espírito da floresta” de 2006. Três anos depois, em 2009, seu filho Bane começou a desenhar esses cantos. Segundo ele conta, era mais fácil decorar as letras e compreender os cantos ao transformá-los em imagens. Bane criou assim um método de aprendizagem dos huni meka que foi posteriormente coletivizado e transformado no MAHKU.

Os cantos huni meka operam como pontes e funcionam como instrumentos de mediação entre os mundos visível e invisível e a transmutação destes em imagens, resultando em pinturas que são tecnologias de relação entre o mundo Huni Kuin e o circuito da arte contemporânea.

Como ressalta Daniel Dinato, “na exposição MAHKU – Cantos de imagens, buscamos ressaltar a qualidade pessoal de manifestação artística, apresentando diferentes versões dos cantos e das mirações. Ainda que o fundo mítico e ritual das obras seja coletivo, cada artista transforma o canto huni meka de uma forma específica e, assim, o coletivo mantém também uma certa autonomia e independência interna. Como os integrantes do MAHKU costumam dizer, mesmo que pintado mil vezes o mesmo canto, ele nunca sairá igual. Sempre diverso, sempre único”. Além das pinturas e da instalação que serão apresentadas, também será possível escutar alguns dos cantos huni meka durante a visita à exposição, possibilitando um contato ao universo dos Huni Kuin que os artistas do MAHKU gentilmente nos dão acesso com a montagem dessa mostra.

Atualmente, as obras do coletivo são parte da coleção do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pinacoteca do Estado de São PauloMuseu de Arte do Rio (MAR) e Fondation Cartier, em Paris.

O II Ciclo Expositivo de 2022 da Casa de Cultura do Parque também é composto por Breve, exposição individual do artista Rodrigo Bivar, e por Feltragens da artista Teresa Viana, compondo a grande parede do Projeto 280 X 1020

Sobre a Casa de Cultura do Parque

A Casa de Cultura do Parque, localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, é um espaço plural que busca estimular reflexões sobre a agenda contemporânea, promovendo uma gama de atividades culturais e educativas que incluem exposições de arte, shows, palestras, cursos e oficinas.

A Casa de Cultura do Parque tem como parceiro institucional o Instituto de Cultura Contemporânea — ICCo, uma OSCIP sem fins lucrativos. As duas iniciativas, de natureza socioeducativa, compartilham a mesma missão de ampliar a compreensão e a apreciação da arte e do conhecimento.

Sobre o Carmo Johnson Project

Fundada por Carmo Johnson, que busca realizar projetos específicos com um olhar que aproxime as relações entre o artista, sua obra e o meio, ocupando espaços itinerantes, inusitados ou habituais. Uma ação que brota de brechas abertas nas dinâmicas socioculturais da Arte Contemporânea e no diálogo com os artistas. Continuar ampliando a consciência de economia circular, inclusiva, dentro do Mercado da Arte Contemporânea. Re-significando e re-distribuindo produções artísticas, disponibilizando mais uma plataforma de ações e divulgação para a venda de obras de Arte.

Sobre Ibã Huni Kuin

Ibã Huni Kuin (1964) é artista, pesquisador e txana, especialista dos cantos Huni Kuin. Nos anos 80, ele começou a pesquisar com seu pai, Tuin, e seus tios para retomar os cantos huni meka e a língua hanxta kuin. Em 2012, junto de seu filho Bane, fundou o MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin. Ibã é também um ativista que luta pela afirmação da cultura Huni Kuin e pelo fortalecimento de sua autonomia econômica e política. Esta política de afirmação envolve uma estratégia de alianças com outros grupos indígenas, mas também com os txai (aliados não indígenas).

Sobre Daniel Dinato

Daniel Dinato (1990) tem formação em antropologia social e estudos curatoriais. Ele vem trabalhando em colaboração com o coletivo MAHKU desde 2016 e concebeu o projeto de exposição MAHKU — Cantos de imagens junto de Ibã Huni Kuin. Atualmente é estudante de doutorado na Université du Québec à Montréal, onde está desenvolvendo, em colaboração com a MAHKU, o conceito de curador-txai, uma prática curatorial a longo prazo sustentada pelos afetos e pela diferença. Membro do Centre interuniversitaire d’études et de recherches autochtones (CIÉRA), do Groupe de recherche interdisciplinaire sur les affirmations autochtones contemporaines (GRIAAC) e do Núcleo de Antropologia das Sociedades Indígenas (NIT).

Serviço

MAHKU – Cantos de imagens (Movimento dos Artistas Huni Kuin)

Curadoria: Ibã Huni Kuin e Daniel Dinato

Realização: Casa de Cultura do Parque e Carmo Johnson Project

Direção artística: Claudio Cretti

Abertura: 02 de julho, das 11h às 18h (gratuita e para todo o público)

Período expositivo: 02 de julho a 18 de setembro de 2022

Local: Casa de Cultura do Parque – Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 – Alto de Pinheiros

Horário de funcionamento: De quarta a domingo, das 11h às 18h

Entrada gratuita mediante apresentação de comprovante de vacina

Site da Casa de Cultura do Parque

Site Carmo Johnson Projects

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Cleiber Bane – MAHKU, Paxarumã Pae (Transformando em tabaco), 2021, acrílica sobre tela, 160cm x 180cm (Foto: Samuel Esteves)