Apesar da relação entre o açúcar e a doença ainda dividir a opinião de especialistas, estudos realizados desde o início do século passado apontam que as células do câncer desenvolvem-se com o consumo do carboidrato

Já é de conhecimento geral que o açúcar está relacionado a uma série de doenças, como obesidade e diabetes. Porém, também existe uma relação entre o consumo exagerado de açúcar e o desenvolvimento do câncer que, embora controversa, é estudada desde o início do século XX. “As células cancerígenas, assim como todas as outras células do organismo, precisam de fontes de energia para sobreviver. Enquanto algumas células retiram essa energia do oxigênio, outras, como as células do câncer, utilizam como fonte de energia a fermentação do açúcar. Dessa forma, o açúcar, mais especificamente a glicose, pode impulsionar o desenvolvimento do câncer, já que alimenta as células cancerígenas, que crescem e se espalham pelo organismo”, explica a Dra. Renata Domingues, médica especializada em Nutrologia, diretora responsável da Clínica Adah e vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia Médica (Abranutro)

O açúcar é um vilão ainda maior se o câncer já estiver em desenvolvimento, pois, durante os períodos de rápido crescimento do tumor, as células cancerígenas digerem o açúcar até 200 vezes mais rápido do que as células normais. “Porém, abolir o açúcar de sua dieta não é uma solução, já que as células saudáveis também precisam de glicose. Por isso, na hora de consumir o açúcar, o ideal é optar pelos carboidratos bons e evitar os ruins”, recomenda a especialista.

Os bons carboidratos estão presentes em frutas, grãos, feijão e legumes e nos abastecem com açúcares de queima mais demorada. Dessa forma, eles não provocam o pico dos níveis de insulina, substância produzida pelo pâncreas que é utilizada pelo organismo para quebrar os açúcares dos carboidratos. “Já os carboidratos ruins são encontrados em alimentos industrializados e refinados e possuem altos níveis de açúcar. Com isso, para quebrá-los o organismo exige que o pâncreas produza altos níveis de insulina constantemente, o que, a longo prazo, pode causar problemas no órgão. Além disso, se houver muito açúcar presente na dieta, o câncer pode se tornar mais agressivo e difícil de tratar”, alerta a médica.

E a redução de açúcar na dieta não colabora apenas na diminuição dos riscos de câncer, mas também para manter o peso adequado e com isso diminuir a incidência de doenças como diabetes, síndrome metabólica, refluxo gastroesofágico e problemas cardíacos. “Mas é importante lembrar que apenas a diminuição do açúcar não interrompe o desenvolvimento do câncer. Para garantir uma vida saudável e menores risco de sofrer com a doença é importante a adoção de hábitos saudáveis, com uma alimentação balanceada e a prática regular de exercícios físicos”, finaliza a Dra Renata Domingues.

Dra. Renata Domingues: Médica especializada em Nutrologia, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia Médica (Abranutro) e diretora responsável pela Clínica Adah. Pós-graduada em Nutrologia Médica e em Ciência da Fisiologia Humana e Longevidade Saudável, a nutróloga é membro da World Society of Interdisciplinary of Anti-Aging Medicine (WOSIAM). http://www.clinicaadah.com.br

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