Tomografia não deve ser utilizada aleatoriamente para diagnosticar a Covid-19

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Especialista faz alerta sobre busca por tomografias, ressonâncias e radiografias pela população

“A tomografia computadorizada ou a radiografia de um paciente com Covid-19 podem não mostrar a presença da doença, principalmente nos primeiros dias. As pessoas acham que estes exames podem diagnosticar o novo coronavírus, mas não é bem assim”, conta Camilo Dallagnol, médico especializado em Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Plunes Centro Médico e com atuação na Precisão Diagnóstico por Imagem, ambos em Curitiba.

Ele explica que um paciente pode ter desde um quadro assintomático, passando por um resfriado e até uma pneumonia, que seria a forma mais grave da doença, e seria justamente neste último caso que os exames de radiografia e tomografia teriam seu papel.

“As alterações nos pulmões causadas pela Covid-19 costumam aparecer nas tomografias de pacientes com pneumonia após alguns dias do início dos sintomas, geralmente com um tipo de alteração que nós chamamos de vidro fosco. Depois podem aparecer outros tipos de alterações, como linhas e consolidações. Já as radiografias são menos sensíveis, ou seja, detectam menos a doença, principalmente nesses estágios iniciais, quando há presença de apenas vidro fosco”, detalha. Segundo o especialista, os exames de imagem podem dar indícios e apontar com grande suspeição o diagnóstico da Covid-19, mas não substitui os métodos laboratoriais, como sorologias e proteína c-reativa (PCR) para o diagnóstico definitivo

Dallagnol também informa que o exame pode mostrar informações que não são fáceis de distinguir daquelas provocadas por outras doenças, como outros tipos de pneumonia. “Mesmo quando evidenciamos alterações nos exames de imagem, eles podem ser inespecíficos. Pode ser impossível diferenciar de uma outra doença, como uma pneumonia por influenza (gripe). Já cheguei a ver na mídia e em redes sociais pessoas utilizando o termo ‘vidro fosco’ como um sinônimo da Covid-19, sendo que uma grande quantidade de doenças pulmonares podem apresentar este tipo de alteração”, explica.

Segundo o especialista, a tomografia não pode ser utilizada indiscriminadamente e não substitui os métodos de sorologia e proteína c-reativa (PCR) no diagnóstico da infecção pelo novo coronavírus. “O que a tomografia traz são informações complementares sobre a pneumonia causada pela doença e que ajudam a presumir o diagnóstico enquanto ele não é confirmado pela PCR e ajudando a estimar a gravidade do caso”, finaliza.