Quando o fígado não consegue mais se recuperar, doenças como cirrose, hepatites e esteatose avançada podem exigir o transplante como única solução

O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo humano, desempenhando várias funções essenciais. Ele ajuda na digestão, metaboliza nutrientes, filtra toxinas, armazena vitaminas e produz proteínas vitais. Além disso, ele tem uma característica única: a capacidade de se regenerar. Isso significa que, mesmo quando sofre danos por cirurgias, infecções ou exposição a substâncias tóxicas, o fígado pode se reconstruir e recuperar suas funções, desde que o agente agressor seja eliminado a tempo.

No entanto, essa habilidade tem limites, é o que alerta o Dr. Lucas Nacif, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). “Quando os danos ao fígado são pontuais, ele consegue se recuperar bem. Mas se as agressões são frequentes e prolongadas, como acontece em casos de hepatites, gordura no fígado, uso excessivo de álcool ou certos medicamentos anabolizantes, o órgão começa a sofrer um desgaste contínuo, e nesses casos, em vez de se regenerar, o fígado começa a formar cicatrizes internas, um processo conhecido como fibrose” alerta.

O médico reforça que: “À medida que a fibrose avança, pode surgir a cirrose, que compromete a estrutura e reduz a regeneração do fígado. Com a agressão contínua, o órgão perde a capacidade de se recuperar e passa a falhar. No estágio avançado, o tecido saudável é substituído por cicatrizes que não exercem suas funções vitais, e a regeneração praticamente para, deixando o transplante como única alternativa.”

Quando o transplante de fígado é necessário — e quem pode doar, segundo especialista

Quando a função do fígado está gravemente comprometida, o transplante pode ser a única alternativa viável. Nessa cirurgia, o órgão doente é substituído por um fígado saudável, que pode ser obtido de um doador falecido ou de um doador vivo, uma possibilidade viável graças à capacidade de regeneração do fígado. Em transplantes inter vivos, tanto o doador quanto o receptor conseguem regenerar o órgão, desde que ambos sejam cuidadosamente avaliados.

Segundo o Dr. Lucas Nacif, que também é médico transplantador, as principais doenças que podem levar à necessidade de transplante incluem hepatite C, hepatite B, cirrose alcoólica, esteatose hepática não alcoólica (gordura no fígado) e enfermidades hepáticas de origem genética. Tumores no fígado também podem justificar a indicação do procedimento.

Para ser doador, é essencial passar por uma avaliação médica completa. No caso de doadores falecidos, é exigida a confirmação de morte encefálica e compatibilidade com o receptor. Já os doadores vivos, geralmente parentes próximos, como pais, irmãos ou filhos, precisam estar em perfeito estado de saúde e com a função hepática preservada.

Após o transplante, o acompanhamento médico é fundamental. “O doador deve seguir as orientações clínicas para garantir uma recuperação segura. Já o receptor exige cuidados mais intensos: uso contínuo de imunossupressores, alimentação equilibrada, abstinência de álcool e consultas regulares para monitoramento da função hepática e prevenção de complicações”, alerta.

“Além disso, tanto o doador quanto o receptor devem estar atentos aos sinais de alerta no pós-operatório e relatar imediatamente qualquer sintoma incomum ao médico”, orienta o Dr. Lucas Nacif.

Saiba mais sobre o Dr. Lucas Nacif: Médico gastroenterologista com especialidade em cirurgia geral e do aparelho digestivo. Lucas Nacif é reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreáticas e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. O especialista é membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e está disponível para abordar temas relacionados ao aparelho digestivo, desde doenças, como gordura no fígado; câncer colorretal; doenças inflamatórias intestinais; pancreatite até cirurgias e transplantes em geral. Link ewww.instagram.com/dr.lucasnacif_gastrocirurgia/

foto: divulgação

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