A disfunção acomete uma a cada três pessoas e pode surgir também como consequência de tratamentos de câncer de próstata
A incontinência urinária, que se caracteriza pela perda involuntária de urina devido a uma disfunção da musculatura pélvica, acomete uma a cada três pessoas acima dos 60 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, apesar de ser mais comum em idosos, a disfunção também pode atingir pessoas mais jovens por diferentes fatores.
O uro-oncologista Marcelo Bendhack, Presidente da Sociedade Latino-Americana de Uro-Oncologia (UROLA), Doutor em Uro-Oncologia pela Universidade de Düsseldorf (Alemanha) e membro da Sociedade Brasileira de Urologia, ressalta que a incontinência urinária, apesar de ser mais comum em mulheres, também acomete uma boa parcela de homens, em determinadas circunstâncias: “especialmente em condições de obesidade, esforço exagerado da região pélvica, quando carregam muito peso, e mesmo durante alguma atividade física que exige muito esforço”.
Fatores psicológicos como depressão e ansiedade, e a relação com outras doenças de base, como esclerose múltipla e traumas raquimedulares, também somam para o quadro.
De acordo com suas causas e tipos, a disfunção pode gerar diferentes sintomas, sendo: incontinência urinária de urgência – em que a vontade de urinar é tão intensa que a pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo; e a incontinência urinária por transbordamento – que ocorre porque a bexiga está sempre cheia e gera vazamentos, ou porque ela não consegue esvaziar por completo, gera gotejamento posterior.
Ainda quando o foco é o homem, a incontinência urinária pode surgir como consequência de tratamentos de câncer de próstata, quando realizados com cirurgia radical e radioterapia. “É um dos efeitos colaterais quando se faz a retirada da próstata, e pode apresentar a disfunção de forma crônica, porque os músculos esfincterianos perdem a capacidade de reter a urina”, explica o uro-oncologista.
No caso específico do tratamento do câncer de próstata, é possível evitar o problema com a realização de uma técnica menos invasiva, como, por exemplo, o uso do HIFU, que utiliza ultrassom localizado de alta frequência para a dissecar o tumor e apresenta baixos índices de efeitos colaterais, aproximadamente, de 0 a 2%.
Em todos os casos, os tratamentos variam de medicação, fisioterapia à cirurgia reparadora, que vão gerar resultados mais ou menos satisfatórios de acordo com a causa e nível de incontinência urinária.
“Ao notar um aumento significante no número de idas ao banheiro e dificuldade de reter a urina, principalmente durante à noite, o paciente deve procurar um especialista para indicar o melhor tratamento e conduzir para a melhor qualidade de vida possível”, diz o presidente da Sociedade Latino-Americana de Uro-Oncologia (UROLA), Marcelo Bandhack.