Prática tradicional do bonsai se consolida como segmento da economia criativa e une cultura, bem-estar e grandes negócios.

Impulsionada pela economia criativa, uma nova onda de negócios vem ganhando espaço no Brasil. O setor, que movimentou R$ 393 bilhões e respondeu por 3,59% do PIB nacional em 2023, segundo o Mapeamento da Indústria Criativa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), fortalece pequenos empreendimentos ligados ao artesanato, à jardinagem especializada e a cursos profissionalizantes. No Paraná, um dos destaques dessa tendência é o bonsai.

O cultivo de bonsais, antes restrito a colecionadores, hoje sustenta uma cadeia diversificada: viveiristas, fornecedores de insumos, lojas especializadas, escolas, eventos, serviços de manutenção e consultorias. O setor ilustra, na prática, como a economia criativa combina conhecimento técnico, arte e experiência para gerar valor.

Em Curitiba, a loja O Bonsai, situada em Santa Felicidade, tradicional rota gastronômica e turística da cidade, também passou a integrar o circuito local de interesse cultural. O bairro, famoso por atrair visitantes de outras regiões, agora também recebe curiosos e entusiastas da arte do bonsai que desejam conhecer o acervo, participar de workshops e acompanhar demonstrações técnicas.

O espaço reúne mais de 2 mil exemplares, atende cerca de 100 alunos regulares e atua no varejo, na formação técnica e na oferta de atividades culturais, e contribui para ampliar o fluxo turístico e fortalecer o comércio da região.

Segundo Edson, responsável pelos cursos, a cadeia é mais ampla do que parece. “Desde a produção das mudas, passando por ferramentas especializadas, manutenções de época e até o pós-vendas, o bonsai cria um mercado próprio dentro da economia criativa. Envolve conhecimento técnico, estética e ciência.”

O interesse crescente acompanha uma tendência nacional: segundo pesquisa da McCann Worldgroup, 79% dos brasileiros buscam hobbies offline para equilibrar o excesso de telas no dia a dia, abrindo espaço para setores como jardinagem contemporânea, artes manuais e práticas de bem-estar.

Aos sábados a loja se transforma em ponto de encontro dos bonsaístas. Alunos, turistas, moradores e colecionadores se reúnem para trocar experiências, tirar dúvidas e participar de demonstrações. Esses encontros espontâneos ajudam a fortalecer vínculos, movimentar a vizinhança e consolidar a região como polo de aprendizado e convivência.

foto: divulgação

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