Pesquisa inédita da ABRASCE, realizada pela Consumoteca, revela como diferentes públicos redescobrem o shopping como espaço de pausa, lazer e rituais em tempos de vida acelerada
Muito além de vitrines, os shopping centers seguem se reinventando como refúgio urbano, ponto de encontro e espaço de convivência para públicos de todas as idades. É o que revela o estudo Shopping Multigeracional, idealizado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e realizado pelo Grupo Consumoteca, que analisou o comportamento de Baby Boomers, Geração X, Millennials, Geração Z e Geração Alpha em diferentes regiões do país.
Segundo dados do IBGE, o Brasil soma 25,2 milhões de Baby Boomers (60 a 80 anos), 40 milhões de pessoas da Geração X (45 a 59 anos), 50,6 milhões de Millennials (30 a 44 anos), 42,3 milhões de jovens da Geração Z (15 a 29 anos) e 40 milhões de crianças da Geração Alpha (até 14 anos). Cada grupo se relaciona de forma única com os shoppings — mas todos encontram ali um espaço de lazer, segurança, praticidade e rituais coletivos que não são substituídos pelo consumo digital.
Preferências: o que une as gerações
O levantamento revela que a praça de alimentação é o local mais democrático do shopping: atinge nota 4 entre Boomers e Geração X, nota 5 entre Millennials e 4 entre a Geração Z, segundo a escala de importância (1 a 5). Entre os mais jovens, o cinema se destaca: é prioridade absoluta para a Geração Z, com nota 5, e também relevante para Millennials (4) e Geração X (3). Já as operações de sorvete e milkshake aparecem entre as favoritas da Geração Alpha (nota 5) e Z (4), mostrando como pequenos rituais gastronômicos ainda sustentam o vínculo com o espaço físico.
As datas sazonais, como Natal, Black Friday e Dia das Crianças, seguem como motores de visita em todas as gerações. No Norte e Nordeste, o São João se destaca como atração cultural importante, mobilizando públicos pelas comidas típicas, decoração e eventos.
Funções que respondem aos dilemas urbanos
O estudo também aponta por que, em plena era digital, os shoppings mantêm relevância. Para os Baby Boomers, representam segurança e socialização — especialmente para quem vive sozinho. Para a Geração X, funcionam como hub de conveniência, reunindo compras, serviços, farmácias, supermercados e lazer familiar num só lugar. Já os Millennials enxergam o shopping como extensão do estilo de vida híbrido: é onde conciliam trabalho remoto, refeições, autocuidado, cinema e compras rápidas em ambientes climatizados.
A Geração Z reforça o modelo físico com digital: compara preços online, escolhe marcas autênticas, visita a loja física e fecha a compra pelo canal mais vantajoso. Para a Geração Alpha, o shopping é um grande parque de diversão — playgrounds, brinquedos, cinemas e eventos temáticos garantem o encantamento infantil, enquanto os pais valorizam a segurança e o conforto térmico.
Shopping como pausa em tempos acelerados
Em um cenário onde 43% dos brasileiros dizem viver em ritmo acelerado e 56% das pessoas preferem resolver problemas sozinhas, os shoppings se firmam como “terceiro lugar” — espaço de convivência que ajuda a desacelerar e criar vínculos em meio à fragmentação das relações urbanas.
“O shopping brasileiro evoluiu muito além do varejo. Hoje, ele é oásis urbano diante da crise climática, ponto de encontro contra a solidão e espaço multifuncional para resolver tarefas e viver momentos de lazer — tudo no mesmo ambiente”, afirma Glauco Humai, presidente da ABRASCE.
Sobre o estudo
O Shopping Multigeracional é uma pesquisa qualitativa idealizada pela Abrasce e realizada pelo Grupo Consumoteca. O estudo analisou hábitos, motivações e prioridades de consumo de Baby Boomers, Geração X, Millennials, Geração Z e Alpha em diferentes regiões do Brasil, trazendo dados que ajudam a entender o futuro dos shopping centers como espaço de convivência, conveniência e experiência. A pesquisa completa está disponível na loja da Abrasce.
Foto de Krisztina Papp na Unsplash


