Ao enfrentar provas de labirinto, o Micromouse com um hardware de poucos centímetros destaca modularidade, velocidade e navegação sem qualquer intervenção humana

Um robô de aproximadamente 10 centímetros, projetado por estudantes da Engenharia de Robôs da FEI e vencedor do INOVAFEI 2025, demonstra navegação autônoma em labirintos, alta velocidade e uma arquitetura pensada para ser usada como ferramenta de ensino. Chamado de Micromouse, o projeto também integra uma competição internacional de robótica que desafia equipes universitárias a desenvolverem pequenos robôs capazes de mapear e resolver labirintos de forma totalmente independente.

Micromouse é o nome de um tipo de competição de robótica e também do robô utilizado nela. Esses robôs exploram um labirinto, registram as rotas possíveis e, em seguida, buscam o trajeto mais rápido até o centro. No projeto da FEI, toda essa lógica acontece dentro do próprio robô, sem apoio de computadores externos.

Isso exige que o sistema funcione de forma autônoma de ponta a ponta, o que inclui leitura de sensores, tomada de decisão e controle de movimento. Segundo o professor orientador Fagner Pimentel, do curso de Engenharia de Robôs da FEI, a maior dificuldade foi fazer esse processo acontecer dentro das restrições de hardware. Ele explica que não foi possível utilizar ferramentas robustas como o ROS2, que é um conjunto de bibliotecas avançadas usado para desenvolver sistemas robóticos, o que levou a equipe a programar tudo em MicroPython, uma linguagem feita para microcontroladores.

O maior desafio técnico, segundo o professor, foi lidar com limitações físicas do tamanho do robô e manter leituras de sensores estáveis. Vibrações mecânicas criadas pelos motores, por exemplo, podiam comprometer a precisão, e não havia espaço para sistemas de amortecimento.

O diferencial do modelo da FEI é sua estrutura modular, que permite substituir peças, componentes e parte da programação com facilidade. Essa escolha torna o robô mais útil academicamente, porque os estudantes podem compreender partes específicas do sistema e testar novas soluções ao longo dos anos, em vez de trabalhar com uma plataforma fechada.

O projeto reuniu conhecimentos de várias disciplinas do curso. A parte mecânica utilizou conteúdos de dinâmica, transmissão de potência e elementos de máquinas. A eletrônica dependeu da integração entre sensores, motores e processadores. A navegação recorreu aos conceitos de planejamento de trajetória e interpretação sensorial estudados em navegação de robôs móveis e robótica probabilística. Para a equipe, ver o robô operando em um cenário real reforçou a importância da prática na consolidação da teoria.

O grupo já mapeou possíveis melhorias para evoluir o protótipo, como:

  • integração de novos sensores,
  • maior robustez estrutural,
  • otimizações energéticas,
  • e a retomada do sistema de sucção, pensado para aumentar a aderência durante curvas e permitir velocidades ainda mais altas.

Com essas melhorias, além da competição, o conceito pode ser adaptado para inspeções, mapeamento de ambientes estreitos, cavernas ou locais de difícil acesso, e até futuras aplicações em busca e resgate com versões especializadas.

Sobre a FEI:

Com mais de oito décadas de tradição, a FEI se destaca entre as instituições de Ensino Superior no Brasil nas áreas de Administração, Ciência da Computação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial e Engenharia. Referência em gestão, inovação e tecnologia, a FEI já formou mais de 60 mil profissionais e tem como propósito proporcionar conhecimento aos seus alunos por todos os meios necessários, visando à construção de uma sociedade desenvolvida, humana, sustentável e justa, por meio do ensino, pesquisa e extensão.

A FEI faz parte da Companhia de Jesus e oferece cursos de Administração, Ciência da Computação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial e Engenharias – habilitações em Engenharia Civil; Engenharia de Automação e Controle; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia Mecânica com ênfase Automobilística; Engenharia Química e a primeira graduação em Engenharia de Robôs do País, sendo o maior polo educacional de robótica inteligente da América Latina.

Acompanhando as megatendências mundiais para o futuro, a FEI participou da formulação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Engenharia e Administração, propondo ao Ministério da Educação conceitos de interdisciplinaridade e empreendedorismo, que fazem com que os alunos tenham uma formação mais ampla e alinhada com as transformações tecnológicas.

foto: divulgação

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