Urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica como alimentação, peso corporal e sedentarismo impactam na evolução da doença
O câncer de próstata continua sendo o tipo mais frequente entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar de fatores genéticos influenciarem no risco de desenvolver a doença, novas evidências mostram que o estilo de vida pode ter um peso ainda maior.
Um estudo publicado em 2024 na JAMA Network Open, com mais de 19 mil homens acompanhados nos Estados Unidos e na Suécia, apontou que até 36% das mortes precoces por câncer de próstata poderiam ser evitadas entre aqueles com alto risco genético se adotassem hábitos saudáveis, como não fumar, manter peso adequado, praticar atividade física e ter alimentação equilibrada.
“Os hábitos influenciam diretamente o risco e a agressividade do câncer de próstata. Pacientes com obesidade, sedentarismo e dieta rica em gorduras tendem a desenvolver tumores mais agressivos”, explica o Dr. Carlo Passerotti, urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
“Pesquisas comparando populações que migraram de países asiáticos para o Ocidente revelam um aumento expressivo na incidência de câncer de próstata, o que reforça o impacto do estilo de vida e da alimentação sobre o risco da doença”, completa.
Segundo o especialista, a genética não é uma sentença, mas um fator de predisposição. “O câncer de próstata é multifatorial e envolve vários genes. Mesmo quem tem maior risco hereditário pode adiar o aparecimento da doença ou reduzir suas chances de evolução agressiva mantendo hábitos saudáveis”, afirma.
Estilo de vida e prevenção integrada
Embora não exista uma forma de prevenir completamente o câncer de próstata, é possível reduzir fatores de risco associados ao estilo de vida. O controle do peso corporal, a prática regular de exercícios físicos e uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e peixes têm efeito protetor. Já tabagismo, sedentarismo e consumo excessivo de gordura animal e álcool estão entre os principais vilões.
“O comportamento influencia não só a próstata, mas a saúde como um todo. Medidas simples, como melhorar a alimentação e se manter ativo, ajudam também a prevenir outros tipos de câncer e doenças cardiovasculares, como infarto e AVC”, diz.
Diagnóstico cada vez mais preciso
Além da mudança de hábitos, o diagnóstico precoce continua sendo o fator mais determinante para o sucesso do tratamento. Segundo estimativas do INCA, quando o tumor é identificado em estágio inicial as chances de cura chegam em até 90%.
No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o Centro Especializado em Urologia é referência nacional em biópsias de próstata, com mais de 1.700 procedimentos realizados entre 2023 e 2024. Em 63% dos casos, foi utilizada a técnica de fusão de imagens, que combina ressonância magnética e ultrassonografia, permitindo localizar com precisão as áreas suspeitas e reduzir o número de punções.
Outro avanço é o uso da biópsia transperineal, uma abordagem minimamente invasiva que acessa a próstata pela região do períneo, com menor risco de infecção e sangramento.
“Com a fusão de imagens e o acesso transperineal, conseguimos maior precisão e segurança desde o diagnóstico. Isso impacta diretamente a jornada do paciente, reduz o tempo de recuperação e permite decisões terapêuticas mais personalizadas”, ressalta o médico.
Mais homens buscando prevenção
O especialista observa que o Novembro Azul tem contribuído para quebrar tabus e estimular o autocuidado masculino. “Os homens estão procurando o urologista mais cedo e com menos resistência. Ainda existe preconceito com o exame de toque retal, mas vemos essa barreira diminuindo ano após ano”, afirma.
Embora o toque retal continue indispensável, o urologista explica que a ressonância magnética multiparamétrica pode, no futuro, substituir parte das avaliações invasivas, desde que o acesso ao exame se amplie.
Na visão do Dr. Carlo Passerotti, a combinação entre hábitos saudáveis, diagnóstico preciso e acompanhamento médico regular é o caminho mais eficaz para reduzir as mortes por câncer de próstata. “A genética a gente não muda, mas o comportamento, sim. O estilo de vida é o fator que está nas nossas mãos”, conclui o especialista.
Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
No Hospital Alemão Oswaldo Cruz servimos à vida. Somos um hospital de grande porte, referência em alta complexidade e confiabilidade. Uma instituição de 128 anos, sólida, dinâmica e determinada a inovar e contribuir com o desenvolvimento da saúde. Nossa excelência é resultado o da nossa dedicação, prontidão, empatia no cuidado e na nossa incansável busca pela melhor experiência e resultado para nossos pacientes, com qualidade e segurança certificados internacionalmente pela Joint Commission International (JCI). Contamos com um corpo clínico diversificado e renomado, além de um modelo assistencial próprio, que coloca o paciente e familiares no centro do cuidado. Nosso protagonismo no desenvolvimento da saúde é sustentado por três pilares estratégicos: Saúde Privada; Educação, Pesquisa, Inovação e Saúde Digital; Sustentabilidade e Responsabilidade Social.
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Dr. Carlo Passerotti CRM: 100530/SP RQE:120307
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