“Made in Brazil” – Exportações de chocolate brasileiro cresceram 12,7% em um ano

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América Latina e Estados Unidos estão entre os principais compradores; produção sustentável é um grande diferencial dos produtos exportados

Tratando-se de chocolates, o produto “made in Brazil” tem conquistado paladares e prêmios em todo o mundo e crescido ano após ano. Prova disso é o aumento das exportações que, em 2022, alcançaram o segundo melhor resultado nos últimos 20 anos, com US$ 142 milhões, um crescimento de 12,7% em relação ao ano anterior.

Segundo a Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o aumento das vendas externas está vinculado à maior especialização e refinamento na produção do setor. Por exemplo, a combinação do chocolate brasileiro com frutos da Amazônia, como cupuaçu, bacuri, açaí entre outros.

O chocolate Gaudens Cupuaçu, fabricado no Pará, foi condecorado pela Academy of Chocolate, de Londres, em janeiro deste ano. O mesmo concurso já havia premiado duas vezes o Benevides, produzido na Bahia. Um passo importante para assegurar a credibilidade do produto nacional veio da Organização Internacional do Cacau (ICCO), em 2019, quando reconheceu o país como 100% exportador de cacau fino e de aroma. A ICCO é responsável por determinar os pré-requisitos necessários para assegurar a produção de chocolates finos.

Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio internacional, a qualidade da produção está relacionada com o aumento. “O sucesso do chocolate brasileiro no mercado internacional está muito relacionado à qualidade do produto, que tem se aprimorado cada vez mais com a utilização de ingredientes regionais e técnicas de produção inovadoras. Além disso, o interesse por produtos que geram pouco impacto ambiental tem crescido no mercado internacional, algo que esse ano tem atraído ainda mais compradores para os produtos nacionais”, afirmou o executivo.

Para garantir um chocolate de excelência, os cuidados começam no plantio do cacaueiro, certificando-se da saúde e qualidade das amêndoas e, portanto, do produto final. Por essa razão, os produtores nacionais têm trabalhado na melhoria contínua de técnicas tradicionais e na criação de processos inovadores, além da aplicação de medidas de sustentabilidade na produção.

A experiência de pequenos e médios produtores focados na exportação de chocolates selecionados, mostra que a exportação está ao alcance de todos que buscam a fabricação de sabores especiais, com alto valor agregado. O mercado internacional também tem espaço para grandes empresas.

Atualmente, as exportações brasileiras de chocolate são destinadas, em sua maioria, aos países da América Latina, liderados por Argentina (27%), Chile (11%) e Paraguai (10,7%). São Paulo lidera o ranking dos estados produtores de chocolate, com 41,5% da produção, seguido por Minas Gerais (32,7%) e pelo Espírito Santo (11,6%).

O Brasil é o sétimo maior produtor mundial de cacau e seus derivados e também ocupa a sétima colocação entre os países exportadores desses produtos, que chegam a mais de 135 países. Em 2022, as exportações brasileiras de cacau bruto ou torrado, em pó, na forma de manteiga ou pasta chegaram a US$ 228 milhões.

Os principais compradores são Argentina (51%), Estados Unidos (20%) e Chile (23%). A produção nacional concentra-se principalmente na Bahia (96,5%), São Paulo (1,3%), Santa Catarina (1,1%), estado que teve um aumento de mais de 1.000% em sua produção, e Pará (0,8%).

Embora o Brasil ainda mantenha maior participação nas vendas internacionais de cacau, mercado que, em todo o mundo, atingiu US$ 23,1 bilhões em 2022, o valor das exportações globais de chocolate é mais expressivo, US$ 33,3 bilhões. A diferença demonstra a preferência do mercado internacional pelo produto manufaturado, já que tem maior valor agregado.

“Embora o Brasil seja um grande produtor e exportador de cacau, é importante destacar que o mercado internacional valoriza mais os chocolates manufaturados, o que demonstra a importância de investir em processos de transformação do produto para agregar mais valor”, completou Pizzamiglio.

Sobre a Efficienza

A Efficienza é uma empresa fundada em 1996 com o intuito de prestar serviços de assessoria em comércio internacional. A empresa se destaca como solução integral na área de despacho aduaneiro, logística internacional e assessoria em comércio internacional. A empresa é detentora de 5% do market share de Drawback e isenção no Brasil.