Governo negocia corte de juro do cartão de crédito rotativo; especialista ensina como negociar e reduzir dívidas

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A educadora financeira Aline Soaper, alerta que mesmo diante da possibilidade de baixa nos juros, o cartão de crédito ainda é o grande vilão do endividamento, e ensina como conter os gastos e negociar dívidas

O Governo tem negociado junto representantes a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) o corte de juro do cartão de crédito rotativo. Segundo dados do Banco Central, as concessões de empréstimos por meio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas registraram crescimento em 2022 e bateram recorde. Para piorar, o endividamento – oriundo do cartão de crédito – somou 48,8% da renda acumulada nos doze meses até fevereiro desse ano. Além disso, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu de 3,2%, em janeiro, para 3,3% em fevereiro deste ano. De acordo com os últimos dados do BC, referentes a fevereiro, a taxa de juros do rotativo ficou é de 417,35% ao ano. Sendo, portanto, a linha de crédito mais cara do sistema financeiro, batendo inclusive a do cheque especial, de 137,41% ao ano. Diante disso, educadora financeira Aline Soaper, alerta que é preciso usar o cartão de crédito de forma consciente.

“Se o cartão de crédito for usado de forma consciente, tem os benefícios como, o prazo maior para pagar, a possibilidade do parcelamento das compras, e conseguir juntar milhas para trocar por passagens ou outros itens, por exemplo. O grande problema é que a maioria das pessoas não tem clareza que ao usar o cartão de crédito estão pegando dinheiro emprestado do banco. Usam como extensão do salário e se enrolam com o acúmulo de parcelas. O outro grande problema é quando as pessoas acabam caindo no rotativo do cartão de crédito, que é quando a pessoa não paga a fatura integral no mês seguinte ao consumo e fica sujeita a altas taxas de juros no saldo que não foi pago. E um alerta, quando você entra no parcelamento da fatura, você entra nesse rotativo”, pontua a educadora financeira Aline Soaper.

A educadora financeira explica que existem várias estratégias para se livrar das dívidas no cartão de crédito. Mas que primeiro é preciso entender a vida financeira e a realidade de cada família, para poder acabar com essas dívidas. Soaper alerta que não adianta buscar dicas, se a educação financeira não fizer parte da vida das pessoas. Em primeiro lugar, a educadora financeira recomenda saber o tamanho da dívida, quantas parcelas estão atrasadas e quanto você pode retirar do seu salário, mensalmente, pagar essa dívida.

“Com isso em mãos, busque as empresas para negociação das suas dívidas no cartão. Outra dica é ficar atento aos feirões de negociações de dívidas, que podem conceder desconto de até 90%. Existe a possibilidade de parcelar a fatura. Nesse caso, nunca parcele em mais de 2 ou 3 vezes, por que no final das contas, a dívida vai ser maior ainda. E se optar por isso, não atrase esses pagamentos e não use o cartão durante esse parcelamento. Se precisar de uma medida drástica, cancele o cartão de crédito, e solicite a operadora os boletos de pagamento da dívida. Outra opção é pegar um empréstimo, para quitar o cartão. Mas recomendo muita cautela e análise, em relação aos juros do empréstimo, que são menores, mas mesmo assim, é contrair uma dívida para pagar outra”, ensina Soaper.

Quando o assunto são as dicas para reduzir o uso do cartão de crédito, a educadora financeira recomenda: “verifique e reduza as despesas, por exemplo, de aplicativos de celular, que você assina e acaba não usando. Reduza todos os gastos que conseguir, como mudar o plano de celular, TV a cabo e internet por um mais em conta. Cancele outros serviços que você paga no cartão de crédito e não usa muito. Negocie a anuidade de cartão de crédito. Se possível, opte por diminuir o limite do seu cartão de crédito, assim você não fica tentado a gastar mais. E por fim, evite pagar o mínimo na fatura do cartão de crédito, porque as taxas da modalidade são as mais elevadas do mercado”, finaliza Aline Soaper.

Sobre Aline Soaper:

Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo.