Festival Cine Pojichá leva cinema ao ar livre a praças e centro culturais de Belo Horizonte

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De 1º a 16 de setembro, os belo-horizontinos têm acesso gratuito, em cinco espaços públicos da capital, a mais de 20 produções mineiras, para adultos e crianças, desde curtas, médias e longas-metragens, nas categorias ficção, videoclipes, documentário, animação e vídeo-performance.

A mostra conta também com palestras sobre o mercado e a realização audiovisual no estado, além de exibição de produções convidadas da Paraíba e do Mato Grosso.

A partir de 1º de setembro, sexta-feira, Belo Horizonte é sede, pela primeira vez, do 8º Festival Cine Pojichá. Criado, em 2017, pelo Incena – coletivo de realizadores da região do Vale do Mucuri e do Vale do Jequitinhonha -, o festival incentiva a formação de público e o cineclubismo na região. Por meio do edital BH nas Telas, nesta edição, a iniciativa ganha espaços públicos da capital de Minas com a exibição, ao ar livre, de mais de20 produções mineiras, entre curtas, longas, documentários, filmes experimentais, animações e videoclipes selecionados pela diversidade de temas e linguagens. Na abertura, sexta (01/9), às 19h, tem a palestra “Corpo negro, um corpo político em permanente reconstrução”, com o premiado roteirista, produtor e diretor de cinema Joel Zito Araújo (Nanuque/MG, no Vale do Mucuri), no Cine Santa Tereza. Entrada gratuita.

A programação do festival segue até 16 de setembro, no Cine Santa Tereza, na Praça Duque de Caxias, na Praça Floriano Peixoto, no Centro Cultural Venda Nova e na Praça José Verano da Silva (Barreiro – Praça da FEBEM). Todas as sessões possuem intérprete de Libras. O acesso é gratuito. Mais informações e programação completa no https://www.incena.org/. Este projeto é realizado com recursos do EDITAL LMIC 2022 – FUNDO BH NAS TELAS, da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

“A praça é um lugar democrático, tem criança, pessoas idosas, transeuntes, gente que foi para ver o trabalho. Imagina você vai passear com seu cachorro e ‘dá de cara’ com um telão na praça do seu bairro, rolando um festival de cinema, que delícia!”, descreve Cris Diniz, que assina a coordenação do Festival, em parceria com o Incena.

Para Diniz, o festival é esse lugar de formação de público para a produção local. “Você pode ver o filme que uma pessoa do seu bairro produziu. Ou se deparar com um trabalho de alguém do Vale do Mucuri? Uma produção que é nossa, aqui de Minas, e ter isso na praça, é uma experiência muito rica, tanto para o público ver essa diversidade, como para quem produziu os trabalhos, ter a experiência de ver seus filmes exibidos para um público diverso”, completa.

Em 2023, além de valorizar sobretudo a pluralidade da produção cinematográfica e audiovisual de Minas Gerais, outro objetivo do festival, nesta edição, é fortalecer as trocas e o diálogo entre os realizadores do Mucuri, Jequitinhonha, Belo Horizonte e Região Metropolitana. O roteirista e diretor Joel Zito Araújo, que responde pela curadoria do festival ao lado de Sinara Teles, destaca que estados que vêm se sobressaindo na produção audiovisual têm como ações prioritárias, a realização de mostras locais ou estaduais. “Na Paraíba, por exemplo, existem cerca de 20 festivais de cinema, sendo 8 mostras estaduais. Isso cria um espaço de distribuição que fortalece a trajetória dos artistas envolvidos”, contextualiza.

Já em Minas Gerais, até a pandemia, não existia mostra exclusivamente local, relata: “todas eram nacionais e internacionais, e algumas colocavam dentro da programação um recorte da produção mineira. Mas é muito diferente de termos festivais onde essa produção é distribuída sem concorrer com trabalhos de fora, tendo espaço para crescerem e serem vistas”, afirma o curador.

“Pojixá”é o nome de uma etnia indígena já extinta, originária da região do Vale do Mucuri e Jequitinhonha. Não por coincidência também dá nome à locomotiva Pojixá de Teófilo Otoni-MG que ligava Minas à Bahia, e hoje, além de eternizada na canção Ponta de Areia de Bituca, tornou-se monumento da praça principal da cidade. “Nosso festival presta homenagem aos povos originários dos dois vales. Temos inclusive realizadores indígenas da região, na programação, como Isael Maxakali, Sueli Maxakali com a produção ‘Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa!’ – um dos destaques. O festival também faz referência ao propósito itinerante da locomotiva, que pode ir a outros territórios para mostrar sua produção. Assim como estamos fazendo este ano em Belo Horizonte”, conta Florisvaldo Cambuí Jr., integrante do Incena e coordenador do Festival.

Há seis anos, o Cine Pojichá iniciou suas atividades, pela inexistência de um evento que promovesse a formação de público para o cinema nas regiões dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha. “Segue ainda como o único festival no gênero na região”, revela o curador. Em 7 edições, o festival já exibiu mais de 150 títulos entre curtas e longas-metragens, realizou mais de 30 atividades paralelas e alcançou um público de mais 5.000 (cinco mil) pessoas.

Neste ano, o tema do festival, “seres em reconstrução”, não foi escolhido por acaso. “Havia um sinal de esperança de que a pandemia seria o grande ponto de virada de mudança positiva das nossas relações. Porém, vemos uma rede gigante de ódio e intolerância de todos os tipos. Nesse sentido então, o cinema é um elemento de grande peso para propagar essa reconstrução. Vamos nos juntar para ver e fazer cinema? Podemos fazer Cinema para nossa reconstrução. Como ouvi a montadora Cristina Amaral dizer uma vez: ‘fazer Cinema para me transformar, podemos fazer Cinema para nos reconstruir’ ”, cita Florisvaldo.

PROGRAMAÇÃO POR DIA – “FESTIVAL CINE POJICHÁ”

01/09, sexta, 19h

Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Santa Tereza)

Palestra Corpo negro, um corpo político em permanente reconstrução.

Com Joelzito Araújo.

Duração: 1h

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita

O premiado roteirista, produtor-executivo e diretor de cinema, Joel Zito Araújo, natural de Nanuque/MG, no Vale do Mucuri, em diálogo com o tema do festival, abordará em sua palestra como o corpo negro é um corpo político em permanente reconstrução, independente da consciência de quem tem ascendência africana, em decorrência das imposições do racismo estrutural.

01/09, sexta, 20h

Praça Duque de Caxias (Santa Tereza)

Exibição filme convidado: “Vivências, um filme do In-Cena”

Teófilo Otoni/MG

Duração: 42min

Direção: André Luiz Dias

Sinopse: As estradas do Vale do Mucuri, suas terras e seu povo, uma história contada e conduzida por um grupo de teatro e outros artistas, que se juntam e traduzem de forma poética e visual vivências. Em povoados e quilombos, entre narrativas e cantos, esse encontro de gerações e culturas reafirma que nossas comunidades tradicionais e rurais no interior de Minas Gerais dialogam com o pulsar de atravessamentos e ajuntamentos. Vivências, um filme do In-Cena que fala sobre sua região, seu povo e suas manifestações populares e artísticas do Vale do Mucuri. Que mostra como é fazer arte e perpetuar memórias que não podem ser esquecidas.

02/09, sábado, 16h30

Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Santa Tereza)

1ª Mostra de Animações Aquáticas, de AnaCê

Programação infantil

Classificação indicativa: livre

Duração: 1h

Quem salgou a água do mar? Esse é um mistério que mexe com a imaginação das crianças e de muitos adultos, principalmente quem vive longe desse mundo tão diferente. Mar Salgadinho, de AnaCê, levanta a questão e aproveita, com itens do dia a dia e materiais lúdicos transformados pela criativa Carolina Veirano, para instigar ainda mais a inventividade do espectador. A 1ª Mostra de Animações Aquáticas foi criada a partir do livro e audiolivro Aquático, da artista Ana Cristina. Na tela: Mar Salgadinho, Guaiamum, Tanta Água, Água Viva (com imagens do fundo do mar), Jacaré no mar, em suas duas versões: Samba de Roda e Moda de Viola, Cavalo-Marinho, Jubarte. E o documentário (Circuito Aquático Rio Doce, com 15 minutos de duração), que abre a mostra.

02/09, sábado, 18h

Praça Duque de Caxias (Santa Tereza)

Exibição dos filmes:

VALE? Cinco artistas diante do maior crime ambiental do Brasil (People’s Palace Projects – 31min56s)

Horizonte (A Paleta – 14min32s)

03/09, domingo, 18h

Praça Duque de Caxias (Santa Tereza)

Exibição dos filmes:

Uma folia para quando carnaval chegar… (Chuva Cultural – 1h21min05s)

Vidas (ou)vidas – Alessandra Martins (Luís Evo – 13min57s)

08/09, sexta, 18h

Praça Floriano Peixoto (Santa Efigênia)

Exibição dos filmes:

Ramal (Higor Gomes / Ponta de Anzol Filmes – 16min13s)

Janelas do fim do Mundo (Túlio Bordón – 08min05s)

Videopoesia – Ruas & Rios – Projeto Cidade Analógica (Eduardo DW – 02min50s)

À beira do Rio das Almas (Produção Independente Taize Inácio – 15min50s)

09/09, sábado, 18h

Praça Floriano Peixoto (Santa Efigênia)

Exibição dos filmes:

Filme convidado: CALUNGA MAIOR (Thiago Costa – 16min)

Filme convidado: A Febre da Mata (Takumã Kuikuro – 10min)

Filme convidado: Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa! (Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero – 70min)

10/09, domingo, 17h

Praça José Verano da Silva (Barreiro – Praça da FEBEM).

Exibição dos filmes:

VALE? Cinco artistas diante do maior crime ambiental do Brasil (People’s Palace Projects – 31min56s)

Horizonte (A Paleta – 14min32s)

15/09, sexta, 13h30

Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Santa Tereza)

Oficina de roteiro com Florisvaldo Cambuí Júnior

15/09, sexta, 15h

Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Santa Tereza)

Oficina de produção com Bruny Murucci

15/09, sexta, 18h

Centro Cultural Venda Nova

Exibição dos filmes:

Uma folia para quando carnaval chegar… (Chuva Cultural – 1h21min05s)

Vidas (ou)vidas – Alessandra Martins (Luís Evo – 13min57s)

16/09, sábado, 14h30

Centro Cultural Venda Nova

Seminário “O cineclube é nosso”

Apresentação de experiências de cineclubismo para formação de público para o cinema em cidades do interior e/ou periferias.

Participação dos cineclubes:

Joelzito Araújo (Instituto In-Cena | Teófilo Otoni);

Mocambo (Belo Horizonte) – O Cineclube Mocambo é uma iniciativa de exibição de filmes realizados por pessoas negras do Brasil, do continente africano e das comunidades afro-diaspóricas de diferentes países ao redor do globo;

16/09, sábado, 17h30

Centro Cultural Venda Nova

Palestra com Cassiano Maxakali

Jovem Pajé, morador da Aldeia Escola Floresta em Teófilo Otoni, estudante da UFMG do curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas e filho dos cineastas indígenas Sueli e Isael Maxakali.

16/09, sábado, 18h

Centro Cultural Venda Nova

Exibição dos filmes:

Filme convidado: Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa! (Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero – 70min)

Ramal (Higor Gomes / Ponta de Anzol Filmes – 16min13s)

Janelas do fim do Mundo (Túlio Bordón – 08min05s)

Videopoesia – Ruas & Rios – Projeto Cidade Analógica (Eduardo DW – 02min50s)

À beira do Rio das Almas (Produção Independente Taize Inácio – 15min50s)

Ficha técnica 

8º Cine Pojichá- Circuito BH 

Festival de Cinema dos Vales Mucuri e do Jequitinhonha, Edição Belo Horizonte.

Coordenação: André Luiz Dias, Bruny Murucci, Cris Diniz, Florisvaldo Cambuí Júnior

Curadoria: Sinara Teles e Joelzito Araújo

Produção: Mari Sena

Ass. de Imprensa: Beatriz França (Rizoma Comunicação & Arte)

Intérprete de Libras: Uziel Ferreira

Produção Gráfica: Rodrigo Aguiar

Ass. Financeira: Marcos Queiroz

Assessoria jurídica: Dias, Rocha & Noce Sociedade de Advogados

Palestrantes: Joelzito Araújo e Cassiano Maxakali

Gestão de redes sociais: Bruny Murucci

Projeto Gráfico: Bruny Murucci

SERVIÇO

7º FESTIVAL CINE POJICHÁ

=1º a 16 de setembro=

21 produções – ficção, documentário, videoclipes, animação, filmes experimentais etc.

Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Santa Tereza)

Praça Duque de Caxias (Santa Tereza)

Praça Floriano Peixoto (Santa Efigênia)

Centro Cultural Venda Nova (R. José Ferreira dos Santos, 184 – Jardim dos Comerciários)

Praça José Verano da Silva (Barreiro – Praça da FEBEM).

Sessões com intérprete de Libras.

Acesso é gratuito | Mais informações: https://www.incena.org/

Créditos fotos: Camila Silva/Floriswaldo Campuí Jr/Robson Vieira