Especialista traz 10 dicas para utilizar a expressão corporal com coerência no mercado corporativo

A linguagem corporal é um dos elementos mais cruciais da comunicação humana, representando até 55% de toda a comunicação, segundo especialistas

Ela vai além das palavras e inclui gestos, expressões faciais, posturas e até o tom de voz. Compreender e utilizar adequadamente a linguagem corporal pode transformar a maneira de se conectar com outras pessoas, melhorando as relações pessoais e profissionais.

De acordo com a fonoaudióloga e especialista em comunicação corporativa estratégica, Juliana Algodoal, quando utilizada com consciência e coerência, essa forma de se comunicar pode ser uma ferramenta de apoio à imagem pessoal no mercado de trabalho. Além de ajudar a reforçar a credibilidade, é uma habilidade que expõe a empatia e o impacto das mensagens que se quer transmitir.

Fundadora da Linguagem Direta – empresa que atua para facilitar a comunicação de pessoas no ambiente corporativo, de forma rápida e eficiente – Juliana Algodoal, já preparou mais de350 líderes empresariais e relata que mais de 60% dos clientes que procuram seu apoio, querem resolver questões de expressão corporal e facial. Diante disso, ela destaca 10 dicas valiosas para ajudar a explorar melhor o poder da expressão corporal no mercado de trabalho:

1. Coerência entre expressão facial e corporal com a mensagem: usar gestos naturais e congruentes com o que está sendo dito pode reforçar a mensagem verbal;
2. Apontar para alguém durante sua fala: sempre vai ter uma conotação de agressividade. Porque quem aponta quer “cutucar” e expor alguém. A saída, neste caso, é utilizar um gesto com a mão que demonstre direcionamento. Respeitar o espaço pessoal dos outros é crucial para evitar desconforto e manter uma comunicação eficaz.
3. Expressões faciais são universais: o psicólogo americano Paul Ekman defendeu a teoria de que as sete expressões faciais de emoção: nojo, surpresa, medo, raiva, alegria, tristeza, desprezo, são universais, ou seja, são compreendidas em qualquer idioma do planeta e facilmente identificadas pelas pessoas. Portanto, é preciso ter atenção e usar a expressão facial de forma consciente, evitando demonstrar uma expressão que não corresponde com a verdade e que podem comprometer sua imagem.
4. A expressão facial neutra tem seu espaço: embora a expressão facial seja relacionada com a demonstração de emoções, a expressão neutra também tem um papel importante no dia a dia corporativo. Ela é comum em momentos de concentração, como ao ler um relatório técnico ou em tarefas que não demandam emoções. Cultivar a expressão neutra transmite profissionalismo e foco, mas deve ser usada de maneira intencional para não parecer distante ou desinteressado;
5. Autotoque durante sua fala: ficar alisando, enrolando e mexendo nos seus cabelos, nas pulseiras, quando é mulher ou no caso de homens, tocar a barba, roupa, orelhas, além dos cabelos durante sua fala é um gesto corporal percebido como insegurança. Por isso, é importante se livrar de certos vícios por gestos e expressões enquanto fala. Quando for fazer o planejamento do conteúdo da sua mensagem é preciso também planejar as expressões corporais e faciais que podem realçar a mensagem de forma positiva;
6. Gestos amplos com mãos e braços: evitar cruzar os braços e manter uma postura aberta pode transmitir acessibilidade e receptividade. Se o gesto for com um braço só, levantado acima dos ombros, denota uma comunicação mais agressiva. Para baixo dos ombros pode parecer acolhimento, empatia. Escolha um gesto para chamar de seu e treine;
7. “Não precisar falar. Seu rosto disse tudo”: essa máxima é a mais pura verdade. Por isso, inspire-se em grandes comunicadores e considere buscar treinamento com especialistas para alinhar a linguagem corporal e expressão facial à mensagem que deseja transmitir, garantindo conexão com sua audiência;
8. Evite exageros: embora seja essencial expressar emoções e ser autêntico, exageros podem causar ruído na comunicação. Expressões excessivamente animadas ou gestos descoordenados podem desviar a atenção do conteúdo da mensagem. Sabe aquele boneco inflável que fica em frente às lojas balançando os braços? Evite ser o boneco. O ideal é encontrar um meio-termo;
9. Sorrir: um sorriso genuíno (com a boca e os olhos) pode criar uma conexão imediata e positiva com sua audiência;
10. Olhos nos olhos: manter o contato visual, olhar nos olhos das pessoas com quem você está falando demonstra confiança e inclusão.

“Desenvolver a inteligência da comunicação, inclui a linguagem corporal adequada, que pode ajudar a construir confiança e criar conexões. Quanto maior controle da linguagem corporal, melhor o controle de qualquer situação. A comunicação eficaz não está apenas nas palavras, mas em como o rosto e o corpo complementam o que é dito. Um planejamento estratégico na sua comunicação interpessoal pode abrir portas e fortalecer a sua marca pessoal no mercado de trabalho”, complementa Juliana Algodoal.

Sobre Juliana Algodoal

Considerada uma das maiores especialistas em Comunicação Corporativa do país, Juliana Algodoal é PhD em Análise do Discurso em Situação de Trabalho – Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem e fonoaudióloga pela PUC/SP e fundadora da empresa Linguagem Direta*. Acumula mais de 35 anos de experiência no desenvolvimento de projetos que buscam aprimorar a interlocução no ambiente empresarial – tendo como clientes grandes companhias, como BASF, Porto Seguro, Novartis, Pfizer, Aché, Itaú, Citibank, Unimed Nacional, Samsung, dentre outras. É coautora do livro “Thought Leadership: muito além da influência” e presidente do conselho de administração da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

Foto de Kira auf der Heide na Unsplash