Curitiba é a primeira cidade do Brasil a receber o espetáculo “Vírgula”, do projeto Brasil sem Ponto Final

Feira das Ideias comemora cinco anos no MIS com live painting, pocket shows, empreendedorismo e atrações para toda a família
16 de agosto de 2023
Ryzí lança coleção Walk on The Sand para o verão 2024
16 de agosto de 2023

Escrito e dirigido pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo, espetáculo será apresentado em 11 cidades brasileiras. Em Curitiba, apresentações acontecem 19 e 20 de agosto, na Casa Hoffmann. 

Duas apresentações do espetáculo Vírgula e uma oficina ministrada pela companhia Cia Gente, do Rio de Janeiro, marcam a estreia do projeto nacional Brasil sem Ponto Final, em Curitiba. patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e GOVERNO FEDERAL União e Reconstrução.

Interpretados pela Cia Gente e coordenados pela Zuza Zapata Arte e Produção, os espetáculos do projeto são escritos e dirigidos pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo.

O primeiro a ser apresentado é o premiado “Vírgula”. Vencedor do Prêmio FUNARJ e FOCA, o espetáculo teve sua estreia no ano passado depois um longo ciclo de produção criativa e pela primeira vez chega à capital paranaense.

De autoria do dramaturgo Paulo Emílio Azevedo, a peça inaugura sua terceira fase de investigação cênica (primeiramente a “queda” e, depois, o “desequilíbrio”), através da célula criativa que o diretor chamou de “pausa”.

“O texto e o próprio espetáculo nasceram das nossas experiências. Há textos que não estão em palavras, há textos em libras. Há diversas formas de expressões que cada um vai poder interpretar de um jeito”, revela

O diretor ressalta que as pessoas têm capacidade de leituras diferentes, uma característica que interfere na apresentação e em como as pessoas encaram um espetáculo que fala de dentro para fora, de fora para dentro, que toca e que provoca.

Por trás de “Virgula”, existe um processo criativo extenso e imagético que traduz o trabalho do diretor. Ele conta que costuma trabalhar em ciclos e “Vírgula” integra esse movimento desde o final da década de 1990, quando ele sofreu um acidente de carro e ficou dois anos sem andar.

Da experiência própria (e da dos artistas) surgem os movimentos que questionam a correria, a queda, a lentidão e até mesmo a pausa, que também é uma vírgula.

“Pausar é construir uma dinâmica em que o corpo passa a ser agente do seu destino. Pausar não é necessariamente ficar parado”, diz

No espetáculo, observa-se uma experiência sobre o “tempo”; de se fazer e agir por meio de pausas, sendo as mesmas (r)existência, contraponto ou desobediência à correria estabelecida pela tecnologia – sendo esta tudo aquilo que faz com que o corpo se submeta a uma velocidade que não lhe é própria.

“Vírgula (,) é essa breve respiração que se faz no entre do texto, nas curvas, no ventre da frase, no colo do movimento; no seio da vida”, conta o diretor.

No espetáculo, nove personagens (referência implícita aos nove círculos do inferno da “Divina Comédia”) dialogam entre gestos, movimentos e textos performáticos para fazer nascer uma ode à lentidão.

Depois de Curitiba, o projeto entrará em circulação pelas cinco regiões brasileiras, ocupando 11 (onze) capitais/Estados brasileiros, nas seguintes cidades: Porto Alegre, Belém, Manaus, São Luís, João Pessoa, Campo Grande, Brasília, Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Sobre o diretor 

Paulo Emílio Azevedo é Professor, Pós Doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra é natural de Macaé (RJ). Criador no campo das artes cênicas, dramaturgo, escritor e consultor na área de Educação e Cultura, cuja pesquisa tem por objetivo refletir sobre outras formas de comunicação aos diversos protagonismos e redes de sociabilidade na sociedade contemporânea.

Seu trabalho aparece bem ilustrado pelo processo criativo, conceitual e de gestão; onde tal experiência destaca a capacidade de unir teoria e prática como lugares de conversação, cabendo sublinhar as ações que se desdobram no espaço urbano, na capacitação de estudantes e educadores, na formação de intérpretes/performers/atores e nos trabalhos realizados diretamente com o público juvenil.

Recebeu diversos prêmios, entre eles “FOCA” através da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011); “Prêmio FUNARJ de Dança” (2021); “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10) através do Instituto Itaú Cultural

Participou da FLIP Paraty/RJ, em 2017 integrou o grupo de escritores na Printemps Littéraire Brésilien/Paris Sorbonne Université e em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littératures périphériques dans les Amériques: une approche transnationale de la production, la circulation et la réception em Lyon (França).

Em sua principal pesquisa na Literatura está o reconhecimento do método Reestruturalismo. Quanto ao processo criativo quatro conceitos atravessam sua metodologia de trabalho, aquilo que o próprio denominou de 4D: desequilíbrio, desobediência, desconstrução e deformação – um aprofundamento sobre os mesmos pode ser mais bem observado na plataforma da Cia Gente.

É o mentor da Fundação Paz e tem vinte livros publicados.

Saiba mais em: https://fundacaopaz.com

Teaser do espetáculo:

https://www.instagram.com/reel/ChCZg1Slxdx/?igshid=OGQ2MjdiOTE

Serviço: 

Espetáculo: VÍRGULA: opus n°1

Data:
19/08 (sáb) – 20h Apresentação do espetáculo, seguida de bate – papo com o diretor e intérpretes.

20/08 (dom) – 19h Apresentação do resultado da oficina / seguida da Apresentação do espetáculo.

Duração: 70min

. Classificação indicativa: 14 anos

 

Oficina: Corpo Memória

Gênero/característica principal:

A oficina, de curta duração, propõe, por meio das representações do gesto, da palavra e do movimento, o uso do corpo e da voz como estratégias narrativas, tendo como protagonismo as respectivas biografias dos participantes.

Para isso se utiliza da descrição textual, imagética, das atmosferas rítmicas, das cores, dos afetos e, sobretudo, das aberturas que podem ser suscitadas das experiências interpessoais. Experiências costuradas pela presença de um corpo político, um corpo criança, um corpo gente.

Oficina Gratuita

Casa Hoffmann – centro de estudos do movimento

Data: 

19/08 (sáb) – 10 às 12h 

20/08 (dom) – 10 às 12h 

Inscrições gratuitas e venda dos ingressos: 

Local:

Casa Hoffmann – centro de estudos do movimento

Ingressos: sympla.com.br/casahoffmann

Endereço: R. Dr. Claudino dos Santos, 58 – Largo da Ordem / Curitiba – PR, 80020-170

Telefone: (41) 3321-3228 / 3232

Informações: casahoffmann@icac.org.br

Instagram: @casahoffmann.curitiba

Site: casahoffmann.org

Quem vai ministrar a Oficina:

Bruno Duarte 

Diretor e coreógrafo da Cia 904 KRUMP MOVEMENT, começou sua carreira internacional em 2008 ao integrar o elenco do GRUPO DE RUA DE NITEROI, viajou por 26 países. Ministra aulas dentro e fora do Brasil, em 2019 foi indicado aos prêmios de melhor bailarino e melhor espetáculo pelo Cesgranrio com o trabalho “A Margem” Atualmente é o organizador da EBS- SOUTH AMERICA, projeto responsável por levar brasileiros para a Alemanha disputar o campeonato mundial de Krump a EBS- EUROPEAN BUCK SESSION.

Rafael Fernandes 

Artista e pesquisador de movimento, iniciou sua carreira como intérprete de dança e teatro com o grupo DançaRio em 2014, em paralelo, apresentou-se em temporada com a obra ”Katana”, com direção de Alice Ripoll. Atualmente é integrante do elenco de ”Vírgula”, pela Cia Gente, de Paulo Emilio Azevedo, e também faz parte do espetáculo ”Excessiva Lente”, que teve sua estreia em 2022, com direção de Mário Perdomo.

É coreógrafo artístico da Cia Voltz Parkour e criador do coletivo Skuadra, onde experimenta Dança e poesia com videografias. Participou em 2023 das gravações do Filme ”Um Lobo entre Cisnes”.

créditos fotos: Walter Mesquita/Divulgação