Especialista explica quando a cirurgia é indicada e como o tratamento multidisciplinar pode melhorar a vida dos pacientes

A doença de Crohn é uma condição inflamatória crônica que afeta o trato gastrointestinal e pode comprometer seriamente a qualidade de vida de quem convive com ela. Embora esteja no grupo das chamadas Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), seu impacto vai além do intestino causando dores, alterações nutricionais e, em muitos casos, necessidade de cirurgia.

Silenciosa no início, a doença pode atingir qualquer parte do sistema digestivo da boca ao ânus, mas afeta com maior frequência o final do intestino delgado e o cólon. Os sintomas incluem diarreia constante, dor abdominal, sangue nas fezes, fadiga e perda de peso, variando em intensidade de pessoa para pessoa.

“O grande desafio da Crohn é que ela se manifesta de forma muito variada e imprevisível. É uma inflamação que atinge todas as camadas da parede intestinal, o que pode provocar estenoses, fístulas e abscessos ao longo do tempo”, explica o Dr. Lucas Nacif, especialista em cirurgia geral e do aparelho digestivo e membro do CBCD (Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva).

As causas da doença ainda não são completamente compreendidas, mas estudos apontam uma combinação de predisposição genética e fatores imunológicos. Ao contrário do que muitos imaginam, a alimentação não causa a Crohn, embora certos alimentos possam agravar os sintomas durante as crises.

O tratamento costuma ser inicialmente clínico, com o uso de anti-inflamatórios, imunossupressores e medicamentos biológicos. No entanto, a cirurgia é uma realidade para muitos pacientes. Estima-se que cerca de 70% das pessoas diagnosticadas com Crohn precisarão de pelo menos uma cirurgia ao longo da vida.

“A indicação cirúrgica geralmente acontece quando há complicações graves, como obstrução intestinal, perfurações, fístulas que não cicatrizam ou abscessos. Nessas situações, o procedimento pode ser essencial para aliviar sintomas e evitar riscos maiores”, afirma Dr. Lucas.

Apesar de a cirurgia não representar uma cura definitiva já que a doença pode retornar em outras áreas do intestino, ela pode proporcionar melhora significativa na qualidade de vida e permitir que o paciente retome atividades rotineiras com mais segurança.

“O acompanhamento regular com especialistas é essencial para detectar precocemente as complicações e evitar a progressão da doença. Com tratamento adequado, muitos pacientes conseguem conviver com a Crohn de forma controlada e funcional”, conclui o médico.

Saiba mais sobre o Dr. Lucas Nacif: Médico gastroenterologista com especialidade em cirurgia geral e do aparelho digestivo. Lucas Nacif é reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreáticas e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. O especialista é membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e está disponível para abordar temas relacionados ao aparelho digestivo, desde doenças, como gordura no fígado; câncer colorretal; doenças inflamatórias intestinais; pancreatite até cirurgias e transplantes em geral. Link e www.instagram.com/dr.lucasnacif_gastrocirurgia/

foto:

Somos um veiculo de comunicação. As informações aqui postadas são de responsabilidade total de quem nos enviou.