Especialista aponta causas, sintomas silenciosos e alternativas eficazes para restaurar o bem-estar feminino

O ressecamento vaginal é uma condição que transforma o que deveria ser prazer em desconforto. E isso não é exagero. A lubrificação natural, essencial para o bem-estar íntimo da mulher, diminui com o tempo, especialmente em fases como a menopausa ou após tratamentos oncológicos, e pode tornar as relações sexuais dolorosas, afetando diretamente a qualidade de vida.

Pesquisas brasileiras reforçam a dimensão do problema. Um estudo domiciliar realizado em São Luís (MA) identificou que o ressecamento vaginal foi relatado por 46% das mulheres em pré-menopausa, 62,1% em perimenopausa e 68,2% na pós-menopausa, sendo um dos sintomas mais frequentes do climatério e diretamente associado à dor nas relações sexuais (dispareunia). Além disso, a própria FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) aponta que a Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGU), que engloba o ressecamento e a atrofia vaginal, pode afetar de 36% a quase 90% das mulheres brasileiras na pós-menopausa, e 44% delas relatam impacto direto na autoestima e na vida sexual.

A Dra. Ana Maria Passos, especialista em saúde da mulher 40+ explica que o ressecamento vaginal está diretamente ligado ao declínio do estradiol, hormônio responsável pela saúde da mucosa vaginal. “Com a queda hormonal, ocorre uma atrofia nas células e glândulas vaginais, o que reduz a lubrificação e pode causar dor nas relações sexuais, conhecida como dispareunia”, afirma. Além disso, o ressecamento está associado ao aumento de infecções vaginais e urinárias, que podem evoluir para quadros graves, como pielonefrite ou até sepsis.

💔 Quando o desconforto vira rotina

A dor durante o sexo é apenas uma das consequências. Segundo a especialista, o ressecamento pode provocar coceira (prurido vaginal), sensibilidade ao toque e até incômodo com roupas íntimas. “Isso interfere diretamente na qualidade de vida da mulher, afetando sua autoestima, libido e até sua produtividade no trabalho”, destaca Dra. Ana Maria.

Além disso, há riscos sérios à saúde. Mulheres que não tratam a atrofia vulvo vaginal, têm maior chance de desenvolver infecções urinárias, que podem evoluir para quadros graves como pielonefrite ou até sepsis, uma infecção generalizada que pode ser fatal.

💡 Soluções que vão além dos hormônios

Para quem não pode usar hormônios esteroides, como mulheres que passaram por tratamento de câncer de mama, há alternativas seguras e eficazes. “A ocitocina via vaginal tem mostrado bons resultados na lubrificação, e o laser vaginal também é uma opção interessante”, explica a ginecologista.

Já para pacientes sem contraindicações, o uso de hormônios tópicos como estriol, estradiol ou prasterona (DHEA vaginal) é altamente recomendado. “Esses tratamentos ajudam a restaurar a saúde íntima e devolvem o conforto e o prazer à vida da mulher”, reforça.

🤝 Cuidado que vai além do consultório

A abordagem multidisciplinar é essencial, para a Dra. Ana Maria, destaca o papel da fisioterapia pélvica e do acompanhamento psicológico como aliados no tratamento. “A mulher precisa entender o que está acontecendo com seu corpo e se sentir acolhida. Isso faz toda a diferença na recuperação da libido e da qualidade de vida.”

🌸 Saúde íntima é saúde integral

O recado final da especialista é claro: cuidar da saúde íntima é cuidar da saúde como um todo. “Durante a transição hormonal ou após tratamentos oncológicos, é fundamental buscar orientação médica e iniciar o tratamento adequado. É possível resgatar o bem-estar, a autoestima e a vida sexual ativa com segurança e qualidade.”

Sobre a Dra. Ana Maria Passos
Com mais de 19 anos de atuação como Ginecologista e Obstetra em Porto Alegre (RS), a Dra. Ana Maria Passos atende em sua AME Clínica, onde realiza um cuidado integral na saúde da mulher. Com pós-graduação em Nutrologia e em Longevidade Saudável, ela traz um olhar atento à alimentação equilibrada e à suplementação, focando na prevenção e nos cuidados para um envelhecimento saudável. Especialista em saúde da mulher, atua com ênfase em perimenopausa, menopausa, endometriose, síndrome dos ovários policísticos, gestação e puerpério. Reconhecida por sua abordagem humanizada e atualizada, utiliza suplementação e reposição hormonal para promover o bem-estar feminino, especialmente em mulheres acima dos 40 anos. É uma fonte confiável para entrevistas, artigos e conteúdos sobre saúde feminina, buscando ampliar o acesso à informação e promover qualidade de vida por meio de acompanhamento médico regular e terapias inovadoras.

foto: freepik

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