Aneurisma da aorta é uma doença assintomática que pode ser letal

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No Brasil, 10 pessoas são internadas todos os dias com a doença

São Paulo, agosto de 2023. A aorta é a maior artéria do corpo humano, que se origina no coração e se estende pelo abdômen, se dividindo para as duas pernas. Um levantamento realizado no último ano pela SBACV – Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, revelou que 10 pessoas são internadas com aneurisma da aorta no país, todos os dias. Este número é muito preocupante, levando em consideração que esta é uma doença silenciosa e que um aneurisma nesta artéria pode ser fatal.

Este tipo de aneurisma acontece quando a parede do vaso sanguíneo se dilata, podendo se romper a qualquer momento, causando uma hemorragia interna. Para o Dr. Elcio Pires Junior, cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, a melhor forma de prevenção são os exames regulares. “O acompanhamento clínico regular é o principal meio de prevenir esta doença, já que muitas vezes só é descoberta de forma ocasional em exames de rotina, como radiografia, ecografia, entre outros”, explicou

Por se tratar de uma doença assintomática, o aneurisma pode crescer sem a percepção do indivíduo, seja de forma lenta ou rápida. Em um estado avançado com aproximadamente 6cm de diâmetro, a pessoa começa a sentir dores no peito, na lombar e dificuldade para respirar. Em caso de ruptura da artéria, é possível sentir imediatamente uma dor abdominal aguda que se propaga para as costas, além de tontura e desmaio.

“O aneurisma da aorta com aproximadamente 4cm de diâmetro pode ser acompanhado sem a necessidade de cirurgia, dependendo do caso de cada paciente, por meio de radiografia do tórax, ultrassom, RM, angiografia e TC”, comentou Pires. “Já em casos em que o aneurisma passa desse tamanho, a cirurgia pode ser indicada”, completou.

Existem dois tipos de cirurgia para esse caso, a convencional, em que há necessidade de uma abertura no tórax, com uma recuperação em torno de 2 a 3 meses. E a cirurgia endovascular, que é menos invasiva e não é preciso abrir o tórax, é feita por um incisão na artéria da virilha, com uma recuperação de até três dias. O cirurgião cardiovascular decide o procedimento mais indicado para cada caso.

Não há remédio ou tratamento precoce que previna alguém de desenvolver o aneurisma da aorta, o que existe são meios de manter uma boa qualidade de vida, que podem ou não evitar a doença, como fazer exercícios físicos regularmente, evitar fumar, não consumir muita gordura e controlar o colesterol e pressão. “Os fatores de risco devem ser levados em consideração. À medida que a pessoa envelhece, a chance da doença aparecer é maior, assim como o histórico familiar é um grande fator, para regularmente estar consultando um especialista”, finalizou o Dr. Elcio Pires Junior.

Sobre o Dr. Elcio Pires Junior

É Coordenador da Cirurgia Cardiovascular nos Hospitais da Rede Dor: São Luiz Osasco, Alphamed e Hospital Central Sul; Coordenador da Cirurgia Cardiovascular e Cardiologia do Hospital Bom Clima de Guarulhos; Cirurgião Cardiovascular do Hospital Hospitalis de Barueri e Cirurgião Cardiovascular do Hospital Blanc de São Paulo. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Foto de Olga Kononenko na Unsplash