Estudo de Stanford estima perdas de até US$ 9 milhões por ano com retrabalhos causados por conteúdo superficial. Solução? Usar IA com propósito — e não como atalho

A inteligência artificial se consolidou como uma aliada poderosa para o trabalho moderno — mas, usada de forma equivocada, pode gerar o efeito contrário. É o que explica Patrícia Suzuki, CHRO da Redarbor Brasil, grupo detentor do Pandapé, o software de RH mais usado na América Latina. O termo “workslop”, criado por pesquisadores de Stanford, descreve um tipo de conteúdo gerado por IA que parece impecável à primeira vista, mas não entrega valor real.

“É o relatório com muitas informações que não geram análise, a apresentação bonita que não apoia uma discussão, o texto de IA que soa inteligente, mas não ajuda a tomada de decisão. Esse é o workslop”, afirma Suzuki.

Segundo pesquisas da Stanford e da BetterUp, cerca de 40% dos profissionais de escritório nos Estados Unidos afirmam já ter recebido algum tipo de conteúdo gerado por IA que precisou ser revisado ou refeito — o que representa, em média, duas horas de retrabalho por entrega. Em companhias com 10 mil funcionários, a perda pode chegar a US$ 9 milhões por ano em produtividade desperdiçada.

Mas o problema vai além do tempo perdido. “O workslop impacta a confiança das equipes. Quando alguém entrega um conteúdo artificialmente bem formatado, mas vazio, pode gerar percepção de baixo comprometimento com as entregas. Com o tempo, isso afeta a colaboração entre os times”, explica.

Para Suzuki, o desafio não está na tecnologia em si, mas em como as pessoas a utilizam. “A IA deve ser vista como uma extensão da inteligência humana, e não como um atalho. Quando aplicada com consciência, ela acelera processos, melhora contratações e eleva o desempenho. O perigo é quando o uso é automático e sem reflexão”, destaca.

A executiva defende que a IA pode ser uma grande aliada para a eficiência dos processos de RH — desde que usada com propósito. “Ferramentas como o Pandapé mostram que é possível usar tecnologia para aumentar a precisão e a agilidade e dos processos. O segredo é unir o melhor dos dois mundos: o poder dos dados com a análise humana.”

Além de prejudicar o desempenho interno, o workslop também ameaça a reputação externa das empresas. “É fácil perceber quando um conteúdo é genérico. Esse tipo de comunicação levanta dúvidas sobre a credibilidade da marca”, diz a executiva.

A CHRO da Redarbor Brasil acredita que o uso adequado da tecnologia, de forma consciente, estratégica e responsável é o que fará com que os profissionais maximizem esses recursos a seu favor, agregando ainda mais valor para o negócio.

O workslop revela a busca por eficiência. Para Patricia Suzuki, a saída está em focar no que realmente importa: “Conteúdo bonito é bom, mas o que realmente faz diferença é o pensamento crítico, ideias que resolvem problemas de verdade e tecnologias que potencializam as pessoas.”

foto: divulgação

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