Tendência nas redes sociais incentiva exposição solar sem proteção e dermatologista do Sírio-Libanês alerta para o aumento do risco de câncer de pele
Recentemente, o TikTok e outras redes sociais foram tomados por vídeos com as hashtags #NoSunscreen e #AntiSunscreen, que incentivam a exposição ao sol, sem o uso de protetor solar e até o uso de óleos e manteigas caseiras como supostos “bronzeadores naturais”. A tendência, que soma milhões de visualizações entre os jovens, acende o alerta entre especialistas.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA)1, o câncer de pele é o tipo mais frequente no país, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a radiação ultravioleta é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, e que o uso regular de protetor solar é uma das medidas mais eficazes de prevenção2.
“O Brasil é um país tropical, com alta incidência de radiação solar durante todo o ano. A partir do momento em que a pessoa deixa de usar filtro solar, seja adulto, idoso ou criança, o risco de queimaduras, manchas e câncer de pele aumenta significativamente”, explica Reinaldo Tovo, dermatologista do Hospital Sírio-Libanês.
De acordo com o especialista, entre os efeitos imediatos da exposição solar sem proteção estão as queimaduras de primeiro e segundo graus, caracterizadas por vermelhidão, dor e até formação de bolhas. A longo prazo, a radiação ultravioleta pode provocar envelhecimento precoce, manchas, melasma e o desenvolvimento de tumores cutâneos.
A oncologista Marina Sahade, também do Hospital Sírio-Libanês, reforça que comportamentos de risco continuam comuns, especialmente entre os jovens. “Exposição solar prolongada sem proteção, como ir à praia ou à piscina ‘para pegar uma cor’ sem usar protetor solar, repetir pouco a aplicação ou usá-lo apenas no rosto, ainda é muito comum”, afirma. Ela alerta que a exposição excessiva nos horários de maior incidência também preocupa. “Entre 10h e 16h, a radiação ultravioleta é muito mais intensa. Mesmo em dias nublados, a pele está sendo agredida.”
O câncer de pele é dividido em dois grandes grupos: não melanoma, mais comum e geralmente localizado em áreas expostas, como rosto, orelhas, pescoço e mãos; e melanoma, tipo mais agressivo e com maior potencial de metástase, quando a doença se espalha para outras partes do corpo. Segundo o INCA, cerca de 220 mil novos casos são registrados anualmente no Brasil, sendo esperados 704 mil novos diagnósticos até 2025, considerando todos os tipos de cânceres3.
“Quem não gosta de aproveitar um dia ensolarado na praia, no campo ou na montanha? O sol é importante para a saúde e o bem-estar, mas é essencial adotar os cuidados certos, como usar filtro solar, roupas com proteção ultravioleta e acessórios, como bonés ou chapéus que ajudem a bloquear a radiação. A proteção solar faz toda a diferença”, reforça Reinaldo.
Sahade destaca que conhecer o próprio corpo é fundamental para o diagnóstico precoce. “Desde a adolescência, precisamos reforçar essa cultura. A pele é nosso maior órgão e merece atenção.” Ela explica que mudanças em manchas e pintas podem indicar alerta. “Se a pessoa se observa com frequência, percebe quando uma mancha ou pinta muda de cor, forma ou tamanho, o que pode ser um sinal de câncer de pele.” A oncologista lembra ainda do papel da família: “Ajudar a observar locais de difícil visualização, como costas e couro cabeludo, é essencial.”
Para facilitar a identificação de lesões suspeitas, a médica recomenda o método ABCDE: assimetria, bordas irregulares, cores diferentes, diâmetro maior que 6 mm e evolução ao longo do tempo. “Qualquer um desses critérios é motivo para consulta”, afirma.
Apesar de muitos vídeos afirmarem que o uso do protetor solar “bloqueia a produção de vitamina D”, Tovo explica que bastam 15 minutos de exposição solar duas vezes por semana, com braços e pernas descobertos, para garantir níveis adequados da vitamina. “A falta de sol não causa câncer. O que causa é o excesso. E, para quem tem predisposição genética, o risco é ainda maior”, afirma. O médico reforça que pessoas com deficiência de vitamina D podem fazer a reposição via oral, reduzindo, assim, a exposição desnecessária ao sol.
Além disso, o médico alerta para os riscos das receitas caseiras. Produtos feitos de forma artesanal, especialmente aqueles que utilizam frutas ou outros ingredientes naturais, podem causar queimaduras graves e reações na pele, condição conhecida como fitofotodermatose, e devem ser evitados.
“O sol é importante, traz benefícios físicos e emocionais, mas precisa ser aproveitado com responsabilidade. Movimentos como o #NoSunscreen desinformam e colocam em risco uma geração inteira”, finaliza Tovo.
Confira a lista de dicas para se proteger corretamente do sol
- Use protetor solar com FPS 30 ou superior, escolhendo a fórmula mais adequada para o seu tipo de pele. Para quem é mais sensível ao sol ou já teve histórico de câncer de pele, a fotoproteção pode ser reforçada com cápsulas de uso oral, que atuam como complemento do filtro tópico.
- Use chapéu de aba larga para proteger cabeça, rosto, orelhas e nuca.
- Vista roupas com proteção UV ou de trama fechada para reduzir a exposição.
- Use óculos escuros que bloqueiem radiação ultravioleta (UVA e UVB).
- Evite exposição ao sol entre 10h e 16h, quando os índices de radiação são mais altos.
- Realize avaliações dermatológicas anuais para diagnóstico precoce de lesões suspeitas.
Sobre o Sírio-Libanês
A Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, instituição filantrópica que completou 100 anos em 2021, atua diariamente para oferecer e compartilhar com a sociedade uma assistência médico-hospitalar de excelência, com atendimento humanizado e individualizado em mais de 60 especialidades. Desde 2007, é reconhecida pela Joint Commission International (JCI), principal órgão mundial em qualidade e segurança hospitalar, e é a única instituição no Brasil a possuir também a acreditação da JCI em Atenção Primária à Saúde.
Por meio da Faculdade Sírio-Libanês, contribui para a formação de profissionais de saúde éticos e preparados para atuar com base em boas práticas, além de fomentar o desenvolvimento científico com estudos e pesquisas nacionais e internacionais. A instituição oferece graduação, pós-graduação lato sensu e stricto sensu, residências médicas e multiprofissionais, cursos de atualização, estágios, seminários e reuniões científicas.
O Sírio-Libanês foi pioneiro na criação de programas de Saúde Populacional, que reúnem empresas, operadoras e equipes de Atenção Primária no cuidado contínuo e qualificado, apoiando a gestão do benefício do plano de saúde e promovendo qualidade de vida e produtividade. Atualmente, está presente com dois hospitais e cinco unidades em São Paulo e Brasília. Saiba mais em nosso site: Link
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Referências
1 INCA. Câncer de pele. Acesso em 11/11/2025. Disponível em: Link
2 WHO. Ultraviolet radiation. Acesso em 11/11/2025. Disponível em: Link
3 INCA. Incidência do Câncer no Brasil. Acesso em 12/11/2025. Disponível em: Link
foto: Freepik


