As tendências de moda são ótimos balizadores para termos um direcionamento, mas se forem usadas de forma errada você cai no extremo, é preciso ter moderação, alerta a artista de moda e designer Ana França, reconhecida por já ter criado mais de 600 vestidos de noiva ao longo de sua carreira
A moda sempre se move em ciclos. A cada estação, surgem cores, cortes e estilos que invadem vitrines, passarelas e redes sociais. Mas há um risco: O que hoje é o ápice do estilo, amanhã pode ser visto como ultrapassado.
“Seguir tendências pode ser muito interessante, mas o segredo está no equilíbrio. Elas são ferramentas, não regras absolutas, o erro está em deixar que o guarda-roupa seja dominado pelo que está em alta, sem considerar identidade pessoal e atemporalidade”, afirma a artista de moda Ana França.
Erro comum: Virar refém da moda
Muitas pessoas, na tentativa de parecer atuais, acabam usando todas as tendências ao mesmo tempo ou de forma exagerada. Esse movimento, explica Ana, compromete a autenticidade.
“O estilo se perde quando você usa apenas o que está em alta. O resultado pode ser um look caricato e facilmente datado.”
“O caminho é adotar as novidades como complemento. Tendências devem ser vistas como pontos de atualização, capazes de trazer frescor ao estilo pessoal sem anulá-lo. Moda não é apenas sobre roupas, mas sobre mensagem, quando você incorpora uma tendência, é preciso avaliar se ela se conecta com a sua identidade. Caso contrário, vira apenas um figurino passageiro”, alerta Ana França.
O papel das peças atemporais
Peças clássicas (como um blazer bem cortado, uma camisa branca ou um vestido preto clássico) são a base de qualquer guarda-roupa inteligente. Elas resistem ao tempo e dão sustentação para que as tendências sejam usadas sem comprometer a elegância.
“É como montar um palco. As peças atemporais são o cenário, e as tendências entram como acessórios que destacam a cena, esse equilíbrio garante sofisticação sem exagero”, compara Ana França.
A moda como narrativa pessoal
No fim, o desafio é encontrar autenticidade em meio ao turbilhão de novidades. Para Ana França, a moda deve refletir mais do que apenas o presente: deve contar uma história.
“Cada roupa que vestimos fala sobre nós. Se essa fala é apenas repetição do que está em alta, fica vazia. Mas quando conseguimos unir tendência e essência, o look se torna atemporal e cheio de significado”, destaca.
Sobre Ana França
Graduada em Designer de Produtos pela UEMG, Especialista em Moda Noiva pelo Instituto Marangoni de Paris. Com formação em Designer Artístico de Moda com Ênfase no Comportamento Humano. Com quase 20 anos de experiência, tem em seu portfólio mais de 600 noivas e dezenas de convidados
Foto Ilustrativa (Reprodução/FreePik)


