Vista como um hormônio “masculino”, a testosterona tem papel essencial na saúde feminina. A queda nos níveis pode impactar energia, memória, libido e bem-estar

O uso da testosterona em mulheres ainda é um tema cercado de tabus e desconhecimento. Embora muitas pessoas associem o hormônio exclusivamente ao universo masculino, a testosterona exerce papel fundamental também na saúde feminina, especialmente após os 40 anos, quando começa a cair de forma significativa.

A ginecologista com pós graduação em nutrologia, Dra. Ana Maria Passos, especialista em saúde da mulher 40+, alerta que ignorar a reposição hormonal pode impactar diretamente o bem-estar físico, mental e emocional das mulheres nessa fase da vida.

“A testosterona não está ligada apenas à libido sexual. Ela influência a memória, motivação, energia, humor e até a fluência verbal. O declínio pode gerar sintomas como fadiga, baixa autoestima, névoa mental e queda de interesse pela vida”, explica a médica.

Mais benefícios, menos tabu

Atualmente, a indicação oficial é apenas para o tratamento do transtorno de desejo sexual hipoativo. No entanto, a prática clínica e estudos apontam que a reposição transdérmica em doses fisiológicas traz benefícios mais amplos, como:

  • Recuperação da energia e disposição;
  • Melhora da concentração e da memória;
  • Estímulo da motivação e da autoestima;
  • Impacto positivo no humor e na vitalidade do dia a dia.

Segurança em primeiro lugar

A Dra. Ana ainda destaca que o uso deve sempre ser acompanhado por um especialista, com doses baixas e personalizadas para cada paciente. “Mulheres diferentes absorvem a testosterona de formas distintas. Por isso, é essencial monitorar com exames laboratoriais para garantir que os níveis permaneçam dentro da faixa fisiológica feminina e evitar riscos”, afirma.

Entre os mitos comuns, a especialista cita o medo de engrossar a voz, aumentar pelos ou sofrer alterações corporais masculinas. “Esses efeitos só ocorrem em doses suprafisiológicas. Em acompanhamento médico, com doses corretas, a reposição é segura e transformadora para a qualidade de vida”, reforça.

Um olhar para o futuro

Enquanto países como Reino Unido e Austrália já contam com produtos prontos de testosterona voltados especificamente para mulheres, no Brasil o hormônio ainda precisa ser manipulado em farmácias. “Essa ausência mostra como a saúde da mulher ainda é tratada em segundo plano. Acredito que é questão de tempo até termos opções seguras e industrializadas pensadas no corpo feminino”, completa a especialista.

Sobre a Dra. Ana Maria Passos

Com mais de 19 anos de atuação como Ginecologista e Obstetra em Porto Alegre (RS), a Dra. Ana Maria Passos atende em sua AME Clínica, onde realiza um cuidado integral na saúde da mulher. Com pós-graduação em Nutrologia e em Longevidade Saudável, ela traz um olhar atento à alimentação equilibrada e à suplementação, focando na prevenção e nos cuidados para um envelhecimento saudável. Especialista em saúde da mulher, atua com ênfase em perimenopausa, menopausa, endometriose, síndrome dos ovários policísticos, gestação e puerpério. Reconhecida por sua abordagem humanizada e atualizada, utiliza suplementação e reposição hormonal para promover o bem-estar feminino, especialmente em mulheres acima dos 40 anos. É uma fonte confiável para entrevistas, artigos e conteúdos sobre saúde feminina, buscando ampliar o acesso à informação e promover qualidade de vida por meio de acompanhamento médico regular e terapias inovadoras.

foto: freepik

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