Segundo estimativas, setor deve movimentar cerca de U$$ 128 milhões até 2030
Muito além de item esportivo ou de moda, os sneakers se consolidaram como ativo financeiro, expressão cultural e símbolo de identidade para milhões de jovens — especialmente no Brasil. Não à toa, o mercado global deve ultrapassar os US$ 128 bilhões até 2030, segundo a Grand View Research, impulsionado principalmente pela Geração Z, que vê em um par de tênis não só estilo, mas também valor e propósito. Diante desse cenário, confira as cinco principais tendências que estão moldando o futuro dos sneakers no país:
Sneakers como ativo financeiro
A lógica de oferta e demanda transformou os tênis em ativos valiosos. Modelos raros ou de edições limitadas, como Air Jordan, Yeezy e Dunk, são negociados por até dez vezes o valor original. Plataformas como StockX e GOAT movimentam milhões globalmente, enquanto no Brasil, grupos de WhatsApp e marketplaces especializados se tornaram verdadeiros hubs de revenda.
“O sneaker deixou de ser apenas um item de moda – hoje, ele é tratado como um ativo financeiro. Quem conhece o mercado sabe que um par certo, na hora certa, pode valorizar mais que muitos investimentos tradicionais. É uma combinação de cultura, demanda e oportunidade”, afirma Igor Morais, CEO e fundador da Kings Sneakers, maior rede de streetwear do país.
Personalização como símbolo de identidade
A customização elevou os sneakers a um novo patamar. Artistas brasileiros como Dino Santos e Felipe Kross ganharam destaque ao transformar modelos clássicos em peças únicas. Ao mesmo tempo, marcas como Nike e Adidas vêm ampliando serviços de personalização, como o Nike By You, que permite ao consumidor criar um tênis com a sua cara. Não se trata apenas de exclusividade, mas de contar uma história a cada passo.
A força da cultura urbana e dos influenciadores
A cultura sneaker está profundamente conectada à música, ao hip hop e à moda urbana. No Brasil, influenciadores como MC Cabelinho, WIU, Orochi, JohnVlogs e Alvxaro têm papel decisivo em lançamentos e tendências. Um post com um modelo exclusivo pode esgotar estoques em poucas horas. Essa conexão entre lifestyle, atitude e consumo é cada vez mais estratégica para as marcas.
Nostalgia e o retorno dos retrôs
O apelo retrô, especialmente da estética dos anos 2000, voltou com força total. Modelos como Nike Shox, Puma Mostro, Adidas Samba e ASICS Gel estão novamente nas ruas — impulsionados pela nostalgia de uma geração que hoje tem poder de compra. O estilo “dad shoe”, com seu visual robusto e exagerado, também segue em alta, mostrando que o conforto segue como prioridade.
Collabs brasileiras ganham protagonismo
Lançamentos como Nike x Corinthians, Puma x Cartel 011 e Oakley x KondZilla mostram como a cultura brasileira, do futebol ao grafite, vem inspirando colaborações globais. Cores vibrantes, referências ao hip hop nacional e ao estilo das ruas transformam os tênis em símbolos de identidade local.
No centro dessas tendências está a transformação do sneaker em expressão cultural e econômica. “Tênis hoje é arte, investimento e identidade. Quem entende isso está um passo à frente. E o Brasil, com sua criatividade, diversidade e potência urbana, tem tudo para liderar essa nova era da cultura sneaker”, finaliza.
Foto de Irene Kredenets na Unsplash


